Vão à Câmara projetos que antecipam a realização da mamografia pelo SUS
Dois projetos que antecipam a idade da mamografia em mulheres foram aprovados na CAS. O PL 499/2025 do senador Plínio Valério (PSDB-AM) garante que todas as mulheres a partir de 40 anos possam realizar o exame anualmente pelo SUS. Atualmente, a recomendação do Ministério da Saúde é para mulheres entre 50 e 69 anos. Já o PL 3021/2024, do senador Laércio Oliveira (PP-SE), antecipa para 30 anos o rastreamento em mulheres que têm familiares que tiveram câncer de mama ou ovário.

Transcrição
SENADO APROVA PROJETOS QUE OBRIGAM O SUS A REALIZAR MAMOGRAFIA EM MULHERES A PARTIR DOS 40 ANOS. PROPOSTAS SEGUIRÃO PARA A CÂMARA DOS DEPUTADOS. REPÓRTER MARIA BEATRIZ GIUSTI
Dois projetos que antecipam a idade de rastreamento mamográfico em mulheres foram aprovados na Comissão de Assuntos Sociais. O PL do senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, garante que todas as mulheres a partir de 40 anos possam realizar o exame anualmente pelo Sistema Único de Saúde. Atualmente, a recomendação do Ministério da Saúde é para mulheres entre 50 e 69 anos. O outro projeto, do senador Laércio Oliveira, do PP de Sergipe, antecipa para 30 anos o rastreamento em mulheres com histórico de câncer de mama ou ovário na família.
De acordo com entidades médicas citadas pelo senador Plínio, o rastreamento antecipado é essencial para detectar o início do câncer. O senador explicou que a sua principal motivação para a proposta foi a situação de mulheres ribeirinhas no Amazonas em estágio terminal de câncer que não tiveram acesso aos exames para detectar a doença a tempo.
E essas mulheres que chegam em Manaus já com câncer, tanto de mama, já em estado terminal, pedem ajuda da gente, a gente ajuda sabendo que elas vão morrer. Então a gente está sempre chamado à realidade, sempre chamado. E eu consigo, através de membros parlamentares, ajudar muito a rede hospitalar do Amazonas, em particular, o hospital de câncer. E o Dr. Gérson Mourão, que é um especialista na área, me trouxe os números, que me assustaram. Alegra porque a gente está colaborando, mas entristece porque a gente está lidando com a realidade.
Relatora do projeto de Plínio, a senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, apontou para o alto número de diagnósticos de câncer de mama por ano no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer estimou em cerca de 70 mil casos por ano entre 2023 e 2025. Em 2022, 20 mil mulheres morreram em decorrência do câncer de mama.
Já o projeto do senador Laércio, que prevê a antecipação do rastreamento para 30 anos em mulheres com histórico familiar, mutação genética ou consideradas de alto risco, obriga tanto o SUS quanto os planos de saúde a realizarem o procedimento quantas vezes forem necessárias no ano.
Os senadores argumentaram que a antecipação do rastreamento será um benefício econômico para o estado que não precisará arcar com despesas de um câncer terminal. Se não houver recurso para votação em Plenário do Senado, as duas matérias seguirão para a Câmara dos Deputados. Sob a supervisão de Samara Sadeck, da Rádio Senado, Maria Beatriz Giusti.

