Comissão vai debater problemas enfrentados por mulheres frentistas
A Comissão de Direitos Humanos vai fazer um debate sobre as condições de trabalho das mulheres frentistas no Brasil. Autor do pedido de audiência pública, o senador Paulo Paim (PT-RS), disse que informações da federação que representa os empregados de postos de combustíveis do país apontam a existência de denúncias de insalubridade, desamparo e assédio sexual por parte das trabalhadoras frentistas. A data da audiência pública ainda será agendada.

Transcrição
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS VAI DEBATER OS PROBLEMAS DE TRABALHO ENFRENTADOS PELAS MULHERES FRENTISTAS DO PAÍS. MAIS DETALHES COM O REPÓRTER CESAR MENDES.
Frentista é quem trabalha em postos de combustíveis, ficando responsável pelo abastecimento dos veículos e também pelo atendimento dos clientes, podendo ainda auxiliar na limpeza e na manutenção dos automóveis. Além disso, o frentista pode efetuar a venda de produtos e serviços relacionados aos veículos. Geralmente, a categoria trabalha 7 horas e 20 minutos por dia, totalizando 44 horas semanais, mas essa escala de trabalho pode envolver revezamento de turnos, para cobrir todo o horário de funcionamento do posto.
A profissão ainda é majoritariamente masculina no Brasil, mas a participação de mulheres vem crescendo, segundo informações da Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo. A entidade disse ter recebido uma série de denúncias de mulheres frentistas contra os seus empregadores, como explica o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, que solicitou o debate na Comissão de Direitos Humanos.
(senador Paulo Paim) "As denúncias apresentam o desamparo que o conjunto das mulheres frentistas atravessa em todos os estados; como por exemplo, podemos citar, negativas de afastamento de trabalhadoras grávidas de ambientes insalubres; demissões em massa em razão do direito a dois domingos de folga; e ainda tem aqui a questão do assédio sexual e moral nos postos de trabalho."
Existem hoje cerca de 500 mil frentistas no Brasil, mas não há dados consolidados sobre a divisão por gênero na categoria. O salário médio de um frentista é de cerca de R$ 1.354,00, podendo variar conforme o estado. O pedido da audiência pública foi aprovado em maio na Comissão de Direitos Humanos, mas a data de realização do debate ainda não foi agendada. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

