Senadores defendem diálogo em resposta à taxação dos EUA sobre produtos brasileiros
O líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), disse que os Ministérios de Relações Exteriores e da Indústria, Comércio e Serviços ainda vão avaliar os impactos da taxa de 10% sobre as exportações brasileiras anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na lista, estão 165 nações, que vão pagar alíquotas que variam até 50%. Jaques Wagner defendeu um dialógo entre a diplomacia dos dois países, assim como a senadora Tereza Cristina (PP-MS). A ex-ministra da Agricultura ponderou que, em comparação com outras nações, o Brasil teve a menor taxa, que poderá ser revista por meio de negociações do Itamaraty.

Transcrição
SENADORES DEFENDEM DIÁLOGO E NÃO RETALIAÇÃO IMEDIATA AOS ESTADOS UNIDOS, QUE ANUNCIARAM UMA TAXAÇÃO DE 10% SOBRE OS PRODUTOS BRASILEIROS.
PARLAMENTARES CITAM AINDA A APROVAÇÃO DA LEI DA RECIPROCIDADE QUE PODERÁ SER USADA PELO ITAMARATY NAS FUTURAS NEGOCIAÇÕES. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma nova taxação de 10% sobre os produtos brasileiros. Em fevereiro, o aço e o alumínio do Brasil tiveram uma cobrança de 25%. A lista do chamado tarifaço atinge 165 países com alíquotas de até 50%. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, do PT da Bahia, afirmou que os Ministérios de Relações Exteriores e da Indústria, Comércio e Serviços ainda vão analisar os impactos da taxa de 10% sobre as exportações brasileiras. Segundo ele, o governo deverá seguir buscando o diálogo com a Casa Branca ao lembrar que o Brasil compra muito mais do que os Estados Unidos importam.
Não é uma vontade, ninguém está querendo comprar briga nem retalhar. Mas as relações entre países têm que ser de reciprocidade. É óbvio que ele sdirão vocês nos cobram 10 eu também vou cobrar 10. Então, em tese, o Itamaraty pode achar que não passaram do ponto. Não sei se será essa posição porque quem controla isso são os órgãos do MDIC e do Ministério de Relações Exteriores.
Ao também defender a busca do diálogo por meio da diplomacia, a senadora Tereza Cristina, do PP de Mato Grosso do Sul, ponderou que o Brasil não foi tão prejudicado como outros países com alíquotas mais elevadas. A China, por exemplo, foi taxada em 34% e a União Europeia em 20%.
Das 10 maiores economias, o Brasil é o único país que é deficitário em relação às importações dos Estados Unidos. Então, eu acho que nós tivemos aí uma tarifa, dentro da lógica que nós estamos entendendo, mais justa. Mas agora é hora de dialogar, de conversar e trabalhar para que essas tarifas sejam menores, as menores possíveis dentro das negociações de comércio que a gente tem que fazer com os Estados Unidos e com outros países. Mas agora no momento com os Estados Unidos.
No mesmo dia do anúncio do tarifaço de Donald Trump, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto do Senado que vai permitir o Brasil adotar a reciprocidade no comércio exterior, ou seja, taxar os produtos estrangeiros de países que cobrarem alíquotas diferenciadas. Além disso, a proposta determina que o País cobre de produtores europeus as mesmas exigências ambientais da União Europeia para a venda no Brasil. Entre as regras do bloco está a importação de produtos de áreas não desmatadas. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

