Mara Gabrilli alerta para impactos da saída dos EUA e da Argentina da OMS
Retirada dos países anunciada há pouco tempo deve se concretizar no período de um ano. Senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) adverte para risco na cooperação internacional em saúde, segurança sanitária e direito das pessoas vulneráveis. Integrante do Comitê da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ela apontou o impacto também para essa parcela da população.

Transcrição
INVESTIMENTO E COOPERAÇÃO EM SAÚDE ENTRE PAÍSES SOFREM REDUÇÃO COM SAÍDA DOS ESTADOS UNIDOS E DA ARGENTINA DA OMS, SEGUNDO A SENADORA MARA GABRILLI.
PREOCUPAÇÃO MAIOR É COM POPULAÇÕES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE E A SEGURANÇA SANITÁRIA GLOBAL. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO.
O anúncio da saída da Organização Mundial da Saúde feito pelos Estados Unidos em janeiro e pela Argentina na semana passada gera preocupação por representar uma redução nos investimentos na área, além de outros perigos. É o que avalia a senadora Mara Gabrilli, do PSD de São Paulo.
Mara Gabrilli - Essa decisão representa um grave risco à cooperação internacional em saúde, à segurança sanitária global e sobretudo ao direito à saúde das populações mais vulneráveis. Os Estados Unidos são o maior doador individual da OMS. A retirada do país compromete diretamente iniciativas que beneficiam países em desenvolvimento, afetando combate a epidemias, a vigilância epidemiológica e o desenvolvimento de tratamentos inovadores.
Para a senadora, no caso da Argentina a decisão reflete uma postura ideológica política, que ignora a importância da cooperação multilateral para enfrentar desafios de saúde pública, abrindo um perigoso precedente de desvalorização, por exemplo, das organizações internacionais.
Mara Gabrilli faz parte do Comitê da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Ela integrou o comitê de 2019 a 2022 e neste ano começa um novo mandato que vai até 2028. A senadora falou sobre o impacto dos investimentos em saúde também para essa parcela da população.
Mara Gabrilli - A saúde é um direito fundamental conforme previsto na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e deve ser garantida por meio da colaboração entre os países. O isolamento de grandes nações fragiliza essa luta. Eu pretendo incluir esse tema num relatório alertando para a necessidade de preservar a cooperação multilateral na área da saúde. A gente não pode permitir que questões políticas se sobreponham à vida e ao bem-estar da população global.
A saída dos dois países deve se concretizar no período de um ano. A senadora alerta que a decisão pode abrir caminho para outros governos adotarem a mesma postura, enfraquecendo ainda mais a capacidade da OMS de atuar globalmente. Ela prometeu buscar apoio de outros países membros para reforçar a preocupação com os impactos da ausência das duas nações, em especial para as pessoas em situação de fragilidade. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

