Debate aponta necessidade de alavancar pesquisa e inovação nas universidades
Os desafios e as perspectivas para o financiamento das universidades públicas em prol da pesquisa e da inovação tecnológica foram temas de audiência conjunta das Comissões de Ciência e Tecnologia e de Educação do Senado. Para os debatedores, a recente greve dos técnicos-administrativos da educação, que contou com a adesão de trabalhadores de diversas universidades em todo o país, incluindo docentes, revela a urgência de se abordar questões como reajuste salarial, reestruturação de carreiras e recomposição orçamentária.
Transcrição
O FUTURO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR FOI TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA CONJUNTA DAS COMISSÕES DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA E DE EDUCAÇÃO.
OS PARTICIPANTES DEFENDERAM INVESTIMENTOS EM PESQUISA E INOVAÇÃO, ALÉM DA VALORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES QUE ESTÃO MOBILIZADOS EM MOVIMENTO GREVISTA. REPÓRTER PEDRO PINCER:
Os desafios e as perspectivas para o financiamento das universidades públicas em prol de pesquisa e inovação tecnológicas foram tema de debate nesta quarta-feira em audiência conjunta das Comissões de Ciência e Tecnologia e de Educação. Segundo os convidados, a recente greve dos técnicos-administrativos da educação, que contou com a adesão de trabalhadores de diversas universidades em todo o país, incluindo docentes, destaca a urgência de se abordar questões como reajuste salarial, reestruturação de carreiras e recomposição orçamentária. Além disso, a autonomia das universidades federais está em debate, evidenciando a necessidade de um diálogo abrangente e construtivo sobre o futuro da educação superior no Brasil. Para o senador astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo, é fundamental que as universidades tenham um orçamento específico e livre de cortes:
(sen. astronauta Marcos Pontes) 'Nós vimos as dificuldades que o Brasil sofre num setor tão importante que é a educação superior e a pesquisa e desenvolvimento, o investimento para isso. As dificuldades todas que nós temos entre o discurso de educação importante, ciência, tecnologia é importante para chegar na prática e isso a gente precisa resolver no Brasil de forma que nós tenhamos um orçamento garantido para as universidades."
A representante do Ministério da Educação, Tânia Mara Francisco, afirmou que o país tem pessoal qualificado, mas precisa melhorar no que diz respeito à inovação:
(Tânia Mara Francisco) "O relatório da CGU, Controladoria Geral da União, que mostrou que o Brasil está numa posição bastante favorável no que diz respeito à produção de ciência, artigos, mas numa posição muito ruim no que diz respeito à inovação, à criação de produtos, patentes. Então a gente exporta a matéria-prima e não o produto. Então, a gente precisa mudar essa lógica no país."
Já o representante do Cnpq, Olival Freire Junior, apontou a necessidade de qualificar doutores negros e indígenas:
(Olival Freire Junior) "Nós precisamos de uma Ciência mais diversa e mais inclusa, não só por um problema de reparação histórica, mas também porque o mundo aprendeu que uma ciência mais diversa e mais inclusiva é uma melhor ciência."
Também participaram do debate representantes do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação, da Academia Brasileira de Ciências e da Capes, entre outros. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.