Senadoras falam sobre representação feminina nos 200 anos do Senado
Na comemoração do Bicentenário do Senado Federal, as senadoras Eliziane Gama (PSD-MA), Leila Barros (PDT-DF) e Zenaide Maia (PSD-RN) falaram sobre a importância de aumentar a representação femina na Casa, que hoje está em apenas 12%. Eliziane pontuou ainda que não há mulheres com cargos na Mesa do Senado e que essa é uma dívida com a sociedade brasileira.
Transcrição
NOS 200 DO SENADO, SENADORAS FALARAM SOBRE A IMPORTÂNCIA DE AUMENTAR A REPRESENTAÇÃO FEMININA NO PARLAMENTO.
NAS ELEIÇÕES DE 2022, DAS 27 CADEIRAS DISPÓNIVEIS, SÓ 4 FORAM OCUPADAS POR MULHERES. REPÓRTER LUIZ FELIPE LIAZIBRA.
Na comemoração dos 200 anos do Senado, as representantes da bancada feminina lamentaram a baixa representação no Parlamento. Nas eleições de 2022, das 27 vagas disponíveis, apenas quatro senadoras foram eleitas, o que deixou a participação em 12% do total de vagas. Para Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, as mulheres precisam ocupar mais cargos dentro do Senado.
"Nós temos um grande vácuo e uma divída com a sociedade brasileira. Nós temos hoje 81 senadores, nós temos 200 anos de Senado, nós temos 92 anos de voto da mulher, mas nós não temos, na verdade, hoje nem sequer 20% de participação feminina aqui dentro. Então veja que nós estamos ainda muito aquém, nós não temos mulheres titulares na mesa dos trabalhos do Senado, mas há 12 anos tivemos uma titular na mesa dos trabalhos. Em 200 anos nós não tivemos sequer uma mulher presidindo o Senado Federal."
A senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, afirmou que não será preciso esperar mais 200 anos por igualdade.
"Nós estamos aqui para defender as mulheres, para buscar e lutar por essa representação. Nós não vamos aguardar mais 200 anos, nós vamos lutar agora para que essa representação ela, mais e mais, seja forte."
E para procuradora da Mulher no Senado, Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, além das mulheres, o parlamento precisa de mais representação de negros e indígenas.
"Que o Legislativo tenha mais mulheres eleitas, mais pessoas negras eleitas, uma representação indígena no Senado Federal e que toda a diversidade de nosso povo esteja realmente representada nessas 81 cadeiras nos próximos 200 anos do Senado."
Historiadores apontam que a luta das mulheres por mais espaço na política aconteceu antes mesmo da Proclamação da República de 1889. De lá para cá, são símbolos dessa histórica demanda a educadora Leolinda de Figueiredo Daltro, que mobilizou mulheres pelo direito ao voto; Celina Guimarães Viana, a primeira mulher a se alistar para votar em abril de 1928; e Bertha Lutz, conhecida como a maior líder dos direitos políticos das brasileiras. No Senado, também fizeram história Eunice Michilis, a primeira mulher a ocupar uma cadeira representando o Amazonas, e Laélia de Alcântara, a primeira senadora negra a ocupar uma vaga na Casa pelo Acre. Sob a supervisão de Hérica Christian, da Rádio Senado, Luiz Felipe Liazibra.
