Especialistas defendem direitos previdenciários e garantias de contratação para pós-graduandos — Rádio Senado
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Especialistas defendem direitos previdenciários e garantias de contratação para pós-graduandos

Representantes de órgãos públicos e de entidades ligadas aos estudantes de pós-graduação alertam para a falta de garantias básicas para quem busca título de mestrado e doutorado no Brasil. A audiência pública na Comissão de Educação e Cultura, nesta terça-feira (26), foi um pedido da senadora Teresa Leitão (PT-PE), que se comprometeu a defender direitos previdenciários para pesquisadores.

26/03/2024, 18h56 - ATUALIZADO EM 26/03/2024, 19h01
Duração de áudio: 03:27
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Transcrição
DIREITOS PREVIDENCIÁRIOS, AUMENTO ANUAL DE BOLSAS E GARANTIA DE EMPREGO FORAM DEFENDIDOS EM AUDIÊNCIA SOBRE ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE PÓS-GRADUANDOS. O DEBATE REUNIU REPRESENTANTES DE ÓRGÃOS PÚBLICOS E DE ENTIDADES LIGADAS A ESTUDANTES DE MESTRADO E DOUTORADO. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. A pedido da senadora Teresa Leitão, do PT de Pernambuco, a Comissão de Educação e Cultura realizou audiência pública sobre a perspectiva de trabalho dos pós-graduandos no Brasil. Os especialistas enfatizaram o baixo valor das bolsas e a ausência de direitos sociais para pesquisadores, além da questão da empregabilidade de mestres e doutores no país. Presidente substituto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPQ, Olival Freire Junior chamou atenção para a situação de insegurança profissional dessas pessoas. (Olival Freire Junior) "Persiste dúvida sobre a empregabilidade dos nossos pós-graduandos e dos nossos pós-graduados, os pós doutores, e persiste um cenário de insegurança na coisa mais elementar que é a estabilidade, e particularmente o vínculo com a Previdência Social." Segundo o presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos, Vinicius Soares, doutorando em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, o debate sobre o trabalho dos pós-graduandos é uma pauta de interesse nacional, que se relaciona com o desenvolvimento do Brasil. Ele denunciou uma crise de formação de quadros técnicos no país. (Vinicius Soares): "De 2019 a 2022, o Brasil deixou de titular cerca de nove mil doutores no país a partir de todo o processo negacionista e o processo também da pandemia. Então, a gente tem um contingente muito grande de mestrandos e doutorandos que ainda não conseguiu sair da pós-graduação. Isso associado que hoje a pós-graduação no Brasil não está sendo mais atrativa para quem sai da graduação. Um recém-graduado, por exemplo em engenharia, vai precisar optar: ou ele entra numa pós-graduação para receber uma bolsa de 2.100 reais ou ele vai entrar no mercado de trabalho conseguindo um salário inicial de 3 mil reais, 3.500 reais." Vinicius Soares defendeu a aprovação de uma cesta de direitos básicos para os pós-graduandos, como acesso à política nacional de assistência estudantil, ao adicional de insalubridade, garantias previdenciárias e reajuste anual de bolsas. Ele anunciou a apresentação de uma proposta na Câmara dos Deputados que atende reivindicações de inserção dos pós-graduandos bolsistas no Regime Geral de Previdência Social para acesso à licença maternidade e paternidade.  Para a presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, a legislação no Brasil deve prever contratação de pós-graduados. (Helena Nader) "O Congresso deveria fazer como Índia, China, que é: empresa tem que contratar doutores. Como é que a indústria que pega dinheiro emprestado não emprega doutores? Tá errado! O Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico determinou que esses que pegam dinheiro a baixa taxa tinham que contratar doutores. Então nós temos uma maneira de dar um salto tanto na empregabilidade quanto no avanço econômico do nosso país." Também estiveram na audiência pública representantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes, e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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