Pacheco aposta em diálogo com Executivo para solução sobre MP da reoneração — Rádio Senado
Reunião de líderes

Pacheco aposta em diálogo com Executivo para solução sobre MP da reoneração

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, prevê solução negociada durante recesso parlamentar para definição sobre medida provisória que revoga prorrogação da desoneração de 17 setores da economia. Pacheco participou nesta terça-feira (9) de reunião de líderes no Senado. O encontro teve maioria oposicionista, que defendeu a devolução imediata da MP editada pelo governo federal dois dias após a promulgação da lei aprovada no Congresso e que teve o veto do presidente Lula derrubado pelos parlamentares. O presidente do Senado avalia que Legislativo e Executivo podem encontrar uma forma de garantir uma arrecadação sustentável e favorecer a economia.

09/01/2024, 20h09 - ATUALIZADO EM 09/01/2024, 20h09
Duração de áudio: 03:32
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
RODRIGO PACHECO OUVE LÍDERES PARTIDÁRIOS E PREVÊ SOLUÇÃO NEGOCIADA ENTRE LEGISLATIVO E EXECUTIVO PARA MEDIDA PROVISÓRIA DA REONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO. ELE ACREDITA EM ARRECADAÇÃO SUSTENTÁVEL E INCENTIVOS PARA ECONOMIA AO DISCUTIR SOLUÇÃO NO CONGRESSO PARA MP QUE REVOGA PRORROGAÇÃO DA DESONERAÇÃO DE 17 SETORES. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. Após reunião de líderes convocada no recesso parlamentar para tratar da medida provisória da reoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia, o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, afirmou que buscará aumentar o diálogo entre Legislativo e Executivo nos próximos dias para chegar a uma solução para a MP. Editada pelo governo federal no último dia 29 de dezembro, a medida revoga a lei promulgada pelo Congresso após derrubada do veto do presidente Lula. Segundo Rodrigo Pacheco, a posição dos parlamentares é pela desoneração tributária, mas uma solução para o conteúdo da MP pode ser negociada. Pacheco - A medida provisória gerou uma estranheza. Ela desconstitui algo que o Congresso Nacional se pronunciou por mais de uma vez. Há uma percepção do colégio de líderes do Senado de que há um vício na MP. Então a decisão da presidência do Congresso será tomada. Eu cumpri uma etapa importante hoje, eu vou conversar com alguns líderes que não puderam participar e não tomarei uma decisão de devolução integral ou parcial sem conversar com o ministro Fernando Haddad. Queremos construir uma solução de arrecadação sustentável. É muito importante haver esse diálogo porque todos nós, Legislativo e Executivo, queremos dar a sustentação fiscal pra busca do déficit zero, uma arrecadação compatível com os gastos que nós temos.  Ao ressaltar que também ouvirá o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, Rodrigo Pacheco avalia que a busca de uma solução passa pela avaliação conjuntural do país, pontos específicos da MP e pelos meios legislativos disponíveis. Pacheco - A desoneração da folha de pagamento gera naturalmente um impacto de arrecadação que é uma renúncia de receita, mas por outro lado gera um impacto extraordinário de geração de empregos porque nós temos que buscar arrecadar, mas nós temos que buscar gerar emprego também no Brasil. Todos esses pontos eu quero levar ao ministro Fernando Haddad pra nós encontrarmos uma conclusão em relação ao mérito e aí discutimos a forma: se é parte disso por medida provisória, se é a outra parte por projeto de lei ou se é tudo por projeto de lei. Mas ao lado de lideranças da oposição que estiveram na reunião, o líder do União e autor da proposta que prorrogou a desoneração, senador Efraim Filho, da Paraíba, defendeu a devolução da MP para garantir segurança jurídica aos setores da economia beneficiados até mês passado. Efraim - A medida provisória tem um resultado prático: gera a elevação do custo do emprego – fica mais caro contratar –, traz insegurança jurídica – muitas empresas já puxaram o freio de mão, suspenderam investimentos, a abertura de novas filiais. Então a devolução da medida provisória também traz segurança jurídica para que os setores possam se planejar do ponto de vista tributário e fazer novas contratações e, portanto, dar oportunidades a pais e mães de família. Esse foi o encaminhamento da reunião de líderes e caberá ao presidente Rodrigo Pacheco se debruçar não apenas sobre o tema da desoneração, mas também os outros temas de compensação. O projeto de lei que prorrogou a desoneração da folha de pagamento até o fim de 2027 foi apresentado no início do ano passado por Efraim Filho e aprovado em novembro pelas duas Casas do Congresso. O veto integral do presidente da República à proposta foi derrubado pelos parlamentares: foram 60 votos a 13 no Senado e 378 a 78 na Câmara dos Deputados pela rejeição do veto. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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