Calendário nacional pode incluir datas judaicas e islâmicas — Rádio Senado
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Calendário nacional pode incluir datas judaicas e islâmicas

A Comissão de Educação e Cultura (CE) discutiu em audiência pública, nesta sexta-feira (17), o projeto (PL 3483/2023), apresentado pelo senador Astronauta Marco Pontes (PL-SP), que inclui no calendário nacional a comemoração do Rosh Hashaná, primeiro dia do Ano Novo, o Yom Kipur, Dia do Perdão, e o Eid al-Fitr, Fim do Ramadã. Durante a reunião, o Sheikh Mohamed Al Bukai, da Mesquita Brasil, sugeriu que o projeto também contemple o Dia do Sacrifício. A proposta aguarda o relatório do senador Carlos Portinho (PL-RJ).

17/11/2023, 18h10 - ATUALIZADO EM 17/11/2023, 18h10
Duração de áudio: 02:43
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO PROMOVEU, NESTA SEXTA, UM DEBATE SOBRE A INCLUSÃO DE FERIADOS JUDAICOS E ISLÂMICOS NO CALENDÁRIO NACIONAL. PROJETO SOBRE O ASSUNTO ESTÁ EM PAUTA NO COLEGIADO E AGUARDA APRESENTAÇÃO DE PARECER. REPÓRTER LUIZ FELIPE LIAZIBRA. A Comissão de Educação e Cultura do Senado promoveu audiência para debater o projeto que inclui no calendário nacional feriados judaicos, como o primeiro dia do Ano Novo e o Dia do Perdão, e o feriado islâmico em que se celebra o fim do Ramadã. As datas seriam definidas posteriormente, conforme o calendário de cada religião. O autor da proposta, senador Astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo, lembrou que as comunidades judaica e islâmica sempre estiveram presentes na história do Brasil. Para o Diretor da Confederação Israelita do Brasil, Luiz Kignel, o projeto é uma forma de combater a islamofobia e o antissemitismo.  Luiz Kignel - Dois povos, duas religiões, estão no mesmo projeto de lei. O efeito não seria o mesmo. Quando a gente volta para os nossos templos nós contamos que em uma mesma data, em um mesmo evento, todo mundo junto, muçulmanos e judeus tiveram as suas datas religiosas respeitadas, isso é uma mensagem, isso é uma resposta maior à comunidade. E nos facilita sim, em um trabalho contra a islamofobia e contra o antissemitismo.  O presidente do Instituto pelo Diálogo Intercultural, Mustafa Goktepe, disse que o reconhecimento das celebrações promove a convivência pacífica, o diálogo e respeito entre os povos. Já o Sheikh Mohamed Al Bukai, da Mesquita Brasil, pediu que também fosse incluída no projeto a Festa do Sacrifício, onde se celebra a fé de Abraão e a sobrevivência do filho Ismael. Ele afirmou que, com a aprovação do projeto, os fiéis se sentirão mais seguros. Sheikh Mohamed Al Bukai - Os muçulmanos já são brasileiros, a comunidade islâmica já é uma comunidade brasileira, então com certeza esse projeto de lei traz para eles mais um orgulho, de se sentir mais seguros de professar a sua fé de uma forma respeitosa. O Rabino David Weitman, da Sinagoga Beit Yaacov Paulista, elogiou a proposta e ressaltou que as comunidades vão participar mais das festas.  David Weitman - Então, essas datas, que fazem parte do calendário judaico, para nós, isso é muito importante, mostra muito respeito, muita valorização, apreciamos demais essa nova lei. E temos certeza que os fieis vão querer, na verdade, participar mais dessas festividades, dessas cerimônias.  O projeto que inclui as datas no calendário nacional aguarda relatório do senador Carlos Portinho, do PL do Rio de Janeiro. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Luiz Felipe Liazibra. 

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