Em audiência na CDH, convidados criticam condições dos trabalhores da Eletrobras — Rádio Senado
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Em audiência na CDH, convidados criticam condições dos trabalhores da Eletrobras

Nesta quinta-feira (9), a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) fez uma audiência pública para debater as condições dos trabalhadores da Eletrobras. O pedido partiu do presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), que afirma que os funcionários estão preocupados com os planos de demissões voluntárias, terceirizações e enfraquecimento dos sindicatos. Durante a reunião, parlamentares e entidadades defenderam a reestatização de empresas e a reversão de pontos da CLT.

09/11/2023, 17h14 - ATUALIZADO EM 09/11/2023, 17h14
Duração de áudio: 03:08
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
EM AUDIÊNCIA NA CDH, CONVIDADOS CRITICARAM AS CONDIÇÕES DOS TRABALHORES DA ELETROBRAS. PARA REPRESENTANTE DE ONG, DEMISSÃO DE FUNCIONÁRIOS PODE AUMENTAR OS PROBLEMAS ENERGÉTICOS DO PAÍS. REPÓRTER LUIZ FELIPE LIAZIBRA. Em audiência na Comissão de Direitos Humanos, convidados criticaram as condições de trabalho na Eletrobras depois da privatização. A companhia de energia elétrica foi vendida em 2021 para iniciativa privada, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, considera que depois da alteração do formato da empresa, funcionários estão preocupados com os planos de demissões voluntárias, terceirizações e enfraquecimento dos sindicatos. Durante a reunião, o ex-senador Roberto Requião disse que o processo de privatização valoriza apenas o dividendo das ações. Requião: Nós estamos diante de um erro da condução econômica global e o problema da Eletrobras é semelhante ao nosso. Para o pessoal sindicalista ter uma ideia, a informação que me passam, é que a demissão na Eletrobras chega a 36% dos funcionários. Com isso, você perde a memória da empresa, expertise,  inteligência, e transforma tudo numa forma de diminuir os custos da empresa e viabilizar o dividendo das ações. A audiência contou com a presença do Instituto Ilumina, ONG que atua na defesa dos consumidores do setor elétrico. Para a representante do Instituto, Clarice Ferraz, acabar com os empregos públicos no setor pode aumentar os problemas energéticos do país. Ela lembrou do apagão que aconteceu na semana passada, na cidade de São Paulo.  Clarice Ferraz: E apesar da evolução tecnológica, assistimos no setor elétrico brasileiro o aumento do número de mortes dos trabalhadores, trabalhadores precarizados, mal pagos, em funções de extrema periculosidade e que afetam também toda a nossa vida. Um apagão desse para o país, tem gente morrendo. Não é possível que isso não sensibilize. E saber que todo discurso de desenvolvimento, de neoindustrialização, se não contemplar o setor elétrico, se não olhar porque está acontecendo para a Eletrobras, ele é falacioso, ele é vazio. A deputada federal, Erika Kokay, do PT do Distrito Federal, defendeu a aprovação no Congresso de uma proposta que reaproveite os funcionários demitidos da Eletrobras em outras estatais.  Erika Kokay: Nós tivemos por volta de 3.000 demissões da privatização para cá, nós chegamos até 24.000 empregados e empregadas da Eletrobras e hoje temos por volta de 6.000. Essa proposição passou na Câmara. Ela está vindo para o Senado do reaproveitamento desses trabalhadores e dessas trabalhadoras. O Brasil precisa da Eletrobras pública. A audiência também contou com representantes de entidades da sociedade civil, entre elas, a Central Única dos Trabalhadores, o Sindicato dos Eletricitários de São Paulo e o Movimento dos Atingidos por Barragens.  Eles defenderam a reestatização de empresas públicas e a reversão de pontos da Consolidação da Leis do Trabalho, retirados pela reforma trabalhista de 2017. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Luiz Felipe Liazibra. 

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