Senado debate combate à fome e ao desperdício de alimentos
O Plenário do Senado discutiu nesta sexta-feira (20) ações de combate à fome no Brasil. Segundo Rodrigo Pacheco, presidente da Casa, encontrar uma solução para esse problema é a missão número 1 da política. Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, disse que o Brasil quase erradicou esse problema, entre 2011 e 2018. E Geyse Diniz, da ONG Pacto Contra a Fome, disse que é preciso reduzir o desperdício de alimentos e pediu que a cesta básica contemple a diversidade regional.
Transcrição
O COMBATE A FOME FOI TEMA DE UMA SESSÃO TEMÁTICA NO PLENÁRIO DO SENADO.
O PRESIDENTE DO SENADO, RODRIGO PACHECO, DISSE QUE ESSA DEVE SER A MISSÃO NÚMERO UM DA POLÍTICA. REPÓRTER CESAR MENDES.
Um relatório das Nações Unidas divulgado em julho deste ano aponta que 21 milhões de pessoas no Brasil não têm o que comer todos os dias e 70 milhões vivem em insegurança alimentar. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destacou que políticas públicas adotadas desde os anos 90 permitiram que o Brasil saísse do mapa da fome das Nações Unidas em 2014, mas no primeiro ano da pandemia, 2020, o país retrocedeu 16 anos. Encontrar uma solução para esse problema, na opinião do presidente do Senado, é a missão número um da política.
'' A fome tem rosto e tem nome. Em 2022, o Segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil apontou que mais de 33 milhões de pessoas não tinham assegurado o que comer. Quase 60%, ou seja, a maioria da população brasileira convive com a insegurança alimentar em algum grau, de leve a grave. Isso é absolutamente inaceitável.
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, lembrou que 20 anos atrás, neste mesmo dia, o presidente Lula lançou o Bolsa Família e o Sistema Nacional de Segurança Alimentar. E respondeu a uma pergunta: É possível tirar o Brasil do Mapa da Fome?
'' A resposta é sim porque o Brasil fez essa opção e ali nos anos de 2011, 2012, 2013 e seguiu para frente até por volta de 2018, o Brasil alcançou um patamar muito próximo da erradicação da fome.''
De acordo com Renata Miranda, representante do Ministério da Agricultura, é preciso aumentar a produtividade de alimentos, mas não existe solução simplista para o problema da fome porque ele exige ações dos setores público e privado. Já o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que embora o Brasil esteja bem na produção de grãos, diminuiu a produção de alimentos que estão na cultura alimentar do povo brasileiro, como o feijão, o arroz e a mandioca.
'' Então, qual é o nosso desafio? O nosso desafio é aumentar a produção de alimentos para combater a inflação de alimentos, ampliar a diversidade de alimentos para dar conta da cultura alimentar do povo e baratear essa produção de alimentos e favorecer o acesso a ela.''
A senadora Jussara Lima, do PSD do Piauí, lembrou o slogan criado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, quando lançou a Ação da Cidadania contra a Fome, em 1993.
'' Quem tem fome tem pressa. A fome é a pior das indignidades do ser humano.''
E Geyse Diniz, fundadora e presidente do movimento Pacto contra a Fome, apontou caminhos para reduzir o desperdício de alimentos.
'' Quem mais come é a boca do lixo. Nós desperdiçamos oito vezes o que seria suficiente para alimentar essa população que tem fome.''
Geyse fez um apelo para que o debate sobre a tributação de alimentos na reforma tributária leve em conta mudanças na composição da cesta básica que contemplem a diversidade regional do país. Com o objetivo de possibilitar uma alimentação mais saudável e com qualidade nutricional. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.