CPI das ONGs deve investigar laudos para demarcação de terras indígenas — Rádio Senado
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CPI das ONGs deve investigar laudos para demarcação de terras indígenas

Instalada em junho, a CPI das ONGs vai retomar os trabalhos legislativos com o objetivo de ouvir representantes das organizações financiadas com dinheiro público que atuam na Amazônia. O grupo também vai investigar laudos para demarcação de terras indígenas. A primeira reunião do segundo semestre está marcada para o dia 1° de agosto, às 11h.

24/07/2023, 16h37 - ATUALIZADO EM 24/07/2023, 16h37
Duração de áudio: 02:59
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
A CPI DAS ONGS VAI RETOMAR OS TRABALHOS LEGISLATIVOS COM O OBJETIVO DE OUVIR REPRESENTANTES DAS ONGS. O COLEGIADO TAMBÉM VAI INVESTIGAR LAUDOS PARA DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS. REPÓRTER BIANCA MINGOTE. Instalada em junho, a comissão destinada a investigar as atividades de organizações não governamentais financiadas com dinheiro público na região da Amazônia, CPI das ONGs, já realizou quatro reuniões, sendo três oitivas. Nesse caso, seis lideranças indígenas foram ouvidas e, entre as denúncias que surgiram, estão a falta de transparência no trabalho das ONGs e a exploração de indígenas na colheita de sementes de copaíba e andiroba, usadas na indústria de cosméticos. A comissão também ouviu o ex-deputado federal e ex-ministro Aldo Rebelo, que criticou a atuação das ONGs na Amazônia e acusou as organizações de formarem um Estado paralelo de comando na região. Com a retomada dos trabalhos legislativos, a comissão vai ouvir representantes de organizações não governamentais, antropólogos, pesquisadores, integrantes do governo e ex-ministros. Em entrevista à Agência Senado, o presidente da CPI, senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, afirmou que pretende ouvir antropólogos que podem esclarecer mecanismos de atuação das ONGs na Amazônia e outros profissionais com o objetivo de investigar laudos para demarcação de terras indígenas.  Em uma reunião da CPI, o cacique Mário Aruá, de Rondônia, defendeu a oitiva de representantes das ONGs na CPI para que essas pessoas sejam investigadas, já que, segundo ele, utilizam o nome e a cultura dos povos indígenas para benefício próprio e não destinam os recursos à população indígena. Eu me sinto indignado por essas ONG hoje estarem dentro da nossa terra indígena. Que hoje usa nós, população indígena, para se beneficiar. Que esse meu conhecimento que eu tenho hoje que nós estamos sendo enganados chegue às autoridades, chegue à CPI, pra que tenham os esclarecimentos para nós, que essas pessoas sejam punidas por enganar a população que é daqui do Brasil. Até agora o colegiado aprovou 96 requerimentos, divididos entre convites, pedidos de informações e convocações. Entre os convocados estão a antropóloga e presidente do Conselho Diretor do Instituto Socioambiental, Déborah de Magalhães Lins, e o presidente da Natura, João Paulo Brotto Gonçalves Pereira. Além disso, entre os convidados à CPI estão a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Abin. A primeira reunião do segundo semestre está marcada para o dia 1° de agosto, às 11h, com a participação de dois convidados, a deputada federal Sílvia Waiapi, do Amapá e o jornalista Lorenzo Carrasco, autor do livro "Máfia Verde :o ambientalismo a serviço do governo mundial". Sob a supervisão de Rodrigo Resende, da Rádio Senado, Bianca Mingote.

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