Audiência da Frente Parlamentar Antirracista aponta investimento e dados para reduzir desigualdades — Rádio Senado
Audiência Pública

Audiência da Frente Parlamentar Antirracista aponta investimento e dados para reduzir desigualdades

Representantes dos ministérios da Educação e da Igualdade Racial falam em audiência pública da Frente Parlamentar Mista Antirracismo sobre a necessidade de destinar recursos públicos e informações precisas para promover ações de combate às desigualdades raciais. Especialista em educação de comunidade quilombola defende que o resgate das narrativas que trazem a história do povo negro esteja nos currículos escolares.

30/06/2023, 19h41 - ATUALIZADO EM 30/06/2023, 19h41
Duração de áudio: 03:30
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
SEGUNDA AUDIÊNCIA PÚBLICA DO GRUPO ANTIRRACISTA QUE REÚNE SENADORES E DEPUTADOS OUVIU REPRESENTANTES DOS MINISTÉRIOS DA EDUCAÇÃO E DA IGUALDADE RACIAL. RECURSOS FINANCEIROS E INFORMAÇÕES PRECISAS SOBRE RAÇA E COR FORAM APONTADOS COMO ESSENCIAIS PARA POLÍTICAS DE COMBATE À DESIGUALDADE RACIAL. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. Coordenador da Frente Parlamentar Mista Antirracismo, o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, presidiu audiência pública do grupo sobre equidade racial na educação básica brasileira. A coordenadora-geral de Formação Continuada para as Relações Étnico-Raciais e Quilombola do Ministério da Educação, Adriana de Cássia Moreira, defendeu que sejam desenvolvidas políticas da lei que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira. Adriana Moreira aponta que é preciso destinar recursos da educação para estados e municípios que se comprometam com ações de combate às desigualdades raciais e educacionais. Ela avalia que desempenha atualmente um papel histórico diante dos baixos índices de desempenho escolar das crianças e adolescentes negros no Brasil. Adriana - Eu sou professora de formação, cumpro hoje um papel que me foi oferecido como uma tarefa histórica de contribuir na promoção da equidade racial na educação brasileira. Estar hoje aqui no Senado Federal é um processo de construção e de formação para os valores democráticos de uma sociedade antirracista. A gente fica muito feliz de, nesses seis meses de governo, construir estratégias junto com outros ministérios no sentido de promover ações antirracistas para a juventude. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Gessiane Ambrosio integra o Coletivo de Educação da Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas. Natural da Região dos Lagos, no litoral fluminense, ela considera essencial o resgate e a divulgação dos acontecimentos que levaram à atual configuração de cidades como Búzios. Gessiane - A gente ouvia muito as histórias dessas mulheres que foram escravizadas, mas a gente aprendeu também a silenciá-las. Hoje eu compreendo que a gente precisa tirar essas mulheres do silêncio, colocá-las nos currículos escolares e dizer a verdade sobre a história ali da Região dos Lagos, que foi feita e construída à custa do sangue e suor dos nossos avós. Essa é a história que precisa estar sistematizada para que as crianças aprendam a fazer essa reflexão histórica e reivindicar os seus direitos. Integrante da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo do Ministério da Igualdade Racial, Marcia Lima afirmou que o Brasil enfrenta problemas na coleta de dados referentes à raça e cor que prejudica as políticas voltadas para essas minorias. Márcia - Política pública boa a gente faz com dados, baseada em evidências. Um dos aspectos principais é fazer uma boa discussão sobre a importância de como o sistema administrativo público coleta informações sobre raça e cor no SUS, no sistema penitenciário e no censo escolar. A gente vê muita subnotificação que compromete muito o desenvolvimento da política. A contratação de professores por hora-aula foi criticada pela senadora Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte. Vice-coordenadora da Frente Parlamentar Mista Antirracismo no Senado Federal, ela também participou da audiência pública e cobrou uma participação maior da sociedade no planejamento do orçamento público para reduzir as desigualdades raciais e sociais. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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