Presidente do Bacen vai explicar na Comissão de Assuntos Econômicos a alta taxa de juros — Rádio Senado
Economia

Presidente do Bacen vai explicar na Comissão de Assuntos Econômicos a alta taxa de juros

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltará à Comissão de Assuntos Econômicos para discutir a taxa básica de juros. Na ata divulgada nesta semana, o Comitê de Política Monetária do Banco Central - Copom - sinalizou que a chamada Selic, hoje em 13,75% ao ano, poderá ser reduzida na próxima reunião de agosto. Mas ao citar a estimativa de deflação em junho, o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (AP), avalia que o BC já dispõe de condições para diminuir a taxa. Lembrando que é do Senado a iniciativa de tornar o Banco Central independente, o líder do PL, senador Carlos Portinho (RJ), saiu em defesa do BC. Ele destacou que a inflação está sob controle graças à atuação do Banco Central.

28/06/2023, 13h42 - ATUALIZADO EM 28/06/2023, 13h44
Duração de áudio: 02:29
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL É CONVIDADO A EXPLICAR NO SENADO A DECISÃO DA MANUTENÇÃO DA TAXA BÁSICA DE JUROS. LÍDER DO GOVERNO AFIRMA QUE NÃO HÁ JUSTIFICATIVAS PARA A “SELIC” CONTINUAR ALTA. JÁ OPOSIÇÃO CONSIDERA QUE “BC” TEM ATUADO COM BASE NOS NÚMEROS.  REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Apesar da decisão de manter em 13,75% ao ano a taxa básica de juros na última reunião, os integrantes do Comitê de Política Monetária do Banco Central sinalizaram que poderão reduzir a chamada Selic em agosto. O anúncio publicado na ata foi comemorado pelo governo e pelos empresários, já que o patamar atual dos juros impacta na retomada do crescimento econômico. Por iniciativa dos senadores Ciro Nogueira, do PP do Piauí; Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte; Plínio Valério, do PSDB do Amazonas; e do líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai participar de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos para discutir o patamar dos juros. Para Randolfe Rodrigues, o BC já conta com as condições para a redução da Selic. Não quero travar uma vírgula de debate com ele que não seja técnico. Eu só quero que ele me justifique diante da realidade que nós temos no país hoje, diante da realidade econômica com juros futuros sendo projetados para baixo, com inflação desacelerando, com a possibilidade de em junho nós termos deflação, onde é que sustenta manter a maior taxa de juros do planeta? Eu quero que explique isso do ponto de vista técnico. Não será nada político. O debate tem que ser técnico mesmo. Ao destacar que por iniciativa do Senado o Banco Central é independente, o líder do PL, senador Carlos Portinho, do Rio de Janeiro, ressaltou que as decisões do Comitê de Política Monetária do BC são técnicas para proteger a economia. E ponderou que o próprio Copom já admite uma redução nos juros diante do controle da inflação. Se esse cenário se solidifica, se sedimenta é possível o Copom discutir a redução, mas com um instrumento de mercado, olhando para o mercado, não olhando para política. Não se baixa juros na canetada. O resultado de querer intervir o governo no mercado sempre se mostrou danoso. Vamos deixar o presidente do Banco Central trabalhar porque ele está trabalhando bem. A taxa Selic, que serve de base para a definição dos juros do cheque especial, cartão de crédito e compras a prazo, se mantém em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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