Especialistas alertam sobre a urgência de reforçar medidas para a segurança cibernética no país — Rádio Senado
Audiência

Especialistas alertam sobre a urgência de reforçar medidas para a segurança cibernética no país

Durante audiência na Comissão de Infraestrutura (CI), participantes alertaram para a vulnerabilidade dos sistemas de dados do país, que podem comprometer os sistemas financeiro, elétrico e governamental. Eles defenderam medidas preventivas e uma política nacional para enfrentar ataques cibernéticos, cujos prejuízos mundiais podem chegar em 2025 a US$ 10 trilhões.

18/05/2023, 18h39 - ATUALIZADO EM 19/05/2023, 11h11
Duração de áudio: 03:58
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Transcrição
PARTICIPANTES DE AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA ALERTARAM SOBRE A URGÊNCIA DE REFORÇAR AS MEDIDAS PARA A SEGURANÇA CIBERNÉTICA NO PAÍS. O GOVERNO JÁ COMEÇOU A ELABORAR UM PROJETO NESTE SENTIDO E PEDE APOIO DO CONGRESSO NACIONAL. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. Durante audiência na Comissão de Infraestrutura, participantes alertaram para a vulnerabilidade da segurança de dados do país, que pode comprometer os sistemas financeiro, elétrico e governamental. Eles defenderam medidas preventivas e uma política nacional para enfrentar ataques cibernéticos, cujos prejuízos mundiais podem chegar em 2025 a US$ 10 trilhões. Com 30 anos de experiência na área, o professor do Centro de Prevenção de Incidentes Cibernéticos Humberto Ribeiro destacou a desqualificação de profissionais para enfrentar os criminosos cibernéticos. Ele disse que o invasor fica oculto e pode demorar cerca de 200 dias para ser descoberto e, depois, quase seis meses para restabelecer os sistemas. O diretor da Autoridade Nacional de Proteção de Dados, Arthur Pereira Sabbat, citou elementos para atuação dos criminosos: motivação, conhecimento do alvo, habilidade técnica, ferramentas avançadas e oportunidade de atacar. Ao explicar o que chamou de “dados alarmantes” que podem comprometer a soberania do país, o diretor de Avaliação de Segurança da Informação da Unidade de Auditoria Especializada em Tecnologia da Informação do TCU, Tribunal de Contas da União, Carlos Renato Braga explicou a complexidade envolvida na segurança de dados, que depende da alta qualificação dos entes públicos e privados. Ele disse que a segurança deve ser feita em níveis que dificultem ataques de criminosos, que não são amadores, são financiados e fazem parte de uma organização.  “Carlos Renato Araújo Braga - “Para mostrar que isso não é fácil de fazer. Isto é uma coisa complexa. E é complexa para quem defende e, muitas vezes, fácil para quem ataca. Porque quem defende tem que fechar todas as portas e quem ataca só precisa achar um caminho desses aberto para chegar lá. Então, estamos estamos diante de um cenário que é bem semelhante ao um cenário de guerra: ataques e defesas. E neste cenário atual os atacantes estão em vantagem e a gente precisa reverter o jogo.” Para o senador Veneziano Vital do Rêgo, do MDB paraibano, que pediu o debate, o Congresso Nacional deve colocar o tema na agenda, em razão das relevantes informações fornecidas. “Não tomamos como alarmismo gratuito. Absolutamente não! É uma participação e uma colaboração efetiva que o Tribunal de Contas como também os demais outros órgãos fazem em relação a este tema, que é instigante, quão complexo e difícil de contornar porque, afinal, nos tornamos suscetíveis a cada dia que passa.” Representando o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Leonardo Gustavo Ferreira defende que o governo oriente os setores público e privado em ações de segurança de dados. O Secretário de Segurança da Informação e Cibernética do GSI, Gabinete de Segurança Institucional, da Presidência da República, Luis Moraes da Silva, lembrou que o governo elabora um projeto de Política Nacional de Segurança Cibernética e conta com o apoio do Legislativo para sua aprovação. “Então, é preciso, é urgente a existência de uma política que consiga orquestrar a academia, a indústria, os governos nas esferas federal, estaduais e municipais, que possa dar condições para que a educação sobre cibernética, a conscientização sobre cibernética possam ser orquestradas em políticas eficientes e consigam chegar ao resultado. É a nossa esperança que este projeto possa encontrar eco nas Casas legislativas porque se tornaria uma lei de aplicação em todo o país.” Também participaram do debate José Luiz Medeiros, da Associação Brasileira de Governança Pública de Dados; e Fabrício Mota, do Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

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