Senado discute condições das escolas no atendimento aos estudantes com deficiência — Rádio Senado
Audiência Pública

Senado discute condições das escolas no atendimento aos estudantes com deficiência

Nesta quarta-feira (17), foi realizada a segunda audiência pública da Comissão de Educação (CE) em conjunto com a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para discutir as condições das escolas e instituições especializadas no atendimento educacional aos alunos com deficiência. Os participantes destacaram a importância dos centros de ensino especial, além da oferta de ensino inclusivo em escolas regulares.

17/05/2023, 18h32 - ATUALIZADO EM 17/05/2023, 18h32
Duração de áudio: 04:28
Agência Brasil

Transcrição
O SENADO VOLTOU DISCUTIR EM AUDIÊNCIA PÚBLICA A INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA.  OS PARTICIPANTES DESTACARAM A IMPORTÂNCIA DOS CENTROS DE ENSINO ESPECIAL, ALÉM DA OFERTA DE ENSINO INCLUSIVO EM ESCOLAS REGULARES, REPÓRTER BIANCA MINGOTE.  As Comissões de Assuntos Sociais e de Educação promoveram uma audiência pública conjunta para debater as condições de atendimento aos estudantes com deficiência nas escolas e instituições especializadas no atendimento aos alunos com deficiência. Esta foi a segunda audiência de um ciclo de debates solicitado pelos senadores. O senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, defendeu as escolas inclusivas, e a não segregação de estudantes com deficiência.  Somos plenamente favoráveis à educação inclusiva, respeitando as escolhas de forma democrática. E entendendo o lema? Nada sobre nós sem nós. Significa, entre outras coisas, o inegociável protagonismo das pessoas com deficiência. O estudante com deficiência tem direito a uma educação de qualidade que atenda todas as suas necessidades com a igualdade de condições e participação com os demais estudantes e como a inclusão de estudantes com deficiência é um ponto de convergência comum de todos, a forma de fazê-lo precisa ser fruto da construção coletiva onde as opiniões e os diferentes pontos de vistas sejam colocados e ouvidos e respeitados.   A Subsecretária de Educação Inclusiva e Integral da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Vera Lucia Ribeiro de Barros, falou sobre a importância dos centros de ensino especial para estudantes com deficiência e afirmou que a rede de ensino do DF é totalmente inclusiva com 12 centros especiais. Segundo ela, dos 472 mil estudantes matriculados na rede de ensino, cerca de 27 mil têm algum tipo de deficiência, sendo que desse total 3900 alunos estão em centros de ensino especial.  Nós temos um trabalho individualizado, o nosso estudante que vai para o centro são os estudantes que tiveram, passaram por um estudo de caso e se percebeu que esse estudante tem que ter um atendimento individualizado. Então, dentro dessa especificidade, o centro de ensino especial, ele é maravilhoso, porque ele, exatamente, ele traz esse protagonismo, essa possibilidade de desenvolvimento para os nossos estudantes. Nós trabalhamos a parte das competências das habilidades.  César Magalhães é uma pessoa com deficiência e baixa visão e integrante da Associação Brasiliense de Deficientes Visuais, ABDV. Ele falou sobre a experiência dele e destacou que só após frequentar um centro de ensino especial pôde se conhecer e se desenvolver. Estamos falando de escolas, e não de manicômios, e sinto muito para aqueles que esperavam de mim uma história diferente, uma história de segregação. Mas não dá para mudar a minha história e a convivência com meus pares é outro absurdo que ouço. Ouço que a gente precisa conviver com outras pessoas. As pessoas sem deficiência e a minha convivência com meus colegas de deficiência foi imprescindível para o meu aprendizado e para quem eu sou hoje. Passei a ter uma melhor compreensão do que é ser uma pessoa com deficiência e de quem eu sou hoje, minhas limitações, mas também as minhas possibilidades, minha autoimagem, minha autoaceitação, tudo tem a ver com isso.  Já o Presidente da Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas, Guilherme de Almeida Prazeres, que é autista, disse que mesmo um ambiente preparado pode deixar de suprir necessidades de pessoas com deficiência. Ele defendeu a inclusão dessas pessoas no ensino regular.  Não é? Então, mesmo que todo o ambiente social estivesse preparado para nos receber, o que não está, mas as nossas dores permaneceriam. A minha intenção aqui é provocar em vocês uma reflexão acerca da compreensão de que, só por meio da educação regular que, pela nossa experiência, que a gente consegue alçar esse nível de suporte, esse nível de autonomia e a gente consegue fazer isso com o suporte adequado.  A maioria dos participantes defendeu a oferta de ensino inclusivo em escolas regulares, a qual segue a educação comum. Eles destacaram ainda a necessidade de investimento tanto na infraestrutura quanto na especialização dos profissionais do ambiente escolar. Sob a supervisão de Maurício de Santi, da Rádio Senado, Bianca Mingote.

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