Comissão dos Ianomâmis debate redução dos impactos do garimpo ilegal na reserva indígena — Rádio Senado
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Comissão dos Ianomâmis debate redução dos impactos do garimpo ilegal na reserva indígena

A Comissão Temporária para Acompanhar a Situação dos Ianomâmis promoveu audiência pública com cientistas para discutir as formas de reduzir os impactos do garimpo ilegal na reserva indígena. Os especialistas destacaram a importância de reunir diversos setores para consolidar uma proposta para a solução do problema, além de garantir investimentos do governo federal e ações de rastreabilidade do ouro e controle de fronteiras.

26/04/2023, 19h54 - ATUALIZADO EM 26/04/2023, 19h56
Duração de áudio: 03:58
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DO SENADO QUE ACOMPANHA A SITUAÇÃO DOS IANOMÂMI REALIZOU UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR FORMAS DE REDUZIR OS IMPACTOS DO GARIMPO ILEGAL NA REGIÃO. OS ESPECIALISTAS DESTACARAM A IMPORTÂNCIA DE GARANTIR INVESTIMENTOS DO GOVERNO FEDERAL E A PROMOÇÃO DE AÇÕES DE RASTREABILIDADE DO OURO E CONTROLE DE FRONTEIRAS. REPÓRTER BIANCA MINGOTE. A Comissão Temporária para Acompanhar a Situação dos Ianomâmi discutiu formas de diminuir os impactos do garimpo ilegal na reserva indígena.  Os participantes destacaram a importância de reunir diversos setores para consolidar uma proposta para resolver o problema, além de garantir investimentos do governo federal. João Valsecchi do Amaral, diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, o qual tem experiência na implementação de projetos em áreas remotas e com populações tradicionais, mas sem atuar na área ianomâmi, disse que é fundamnetal dar continuidade às ações de instituições que atuam nessas áreas. Ele defendeu ainda que as novas iniciativas têm que ser discutidas com os povos da região, somando com os projetos que já estão em curso e, assim, gerar mais impacto e conhecimento. João Valsecchi afirmou que os problemas enfrentados vão além da contaminação pelo mercúrio e que é essencial a atuação do Estado na proteção dessas pessoas. A gente está falando em ameaça à segurança à vida, direito de ir e vir, ameaça posse e usufruto dos territórios que está já garantido por lei há muito tempo, ameaça à manutenção e produção dos modos de vidas tradicionais, distruição ambiental, tráfico de drogas e armas, a questão do aliciamento pra prostituição sexual infantil. As consequências são muito danosas para essa população. E somente com a presença do estado e de suas estruturas e das instituições a gente pode de fato pensar numa mudança desse cenário. Israel Lacerda de Araújo, consultor Legislativo do Senado Federal, geólogo doutor em ciências, ressaltou a importância de ações para promover a rastreabilidade do ouro. Israel fez um diagnóstico da situação atual em Roraima: Parte deste conflito desse mais recente ele se deveu ao papel do Estado, nesse caso a ausência do estado, a inércia estatal ou a ausência estatal tende agravar o problema significativamente. Basicamente qualquer minoria que em que você tenha essa ausência da vigilância inicia faz com que uma outra classe acaba se sobrepondo e foi o que a gente teve eh no caso de Roraima Já o vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jailson Bittencourt de Andrade, destacou a necessidade do controle das fronteiras brasileiras para fiscalizar a entrada de mercúrio no país: Nos estudos que nós estamos fazendo em relação à Bahia tendo como substituir o mercúrio nesta recuperação de ouro a partir de areias, a partir de minerais, tentando avançar na questão tecnológica. Eu acho que esse é um ponto de altíssima relevância no caso pra nós. Então esse é o lado Brasil não produz mercúrio e precisa ser as fronteiras controladas em relação a esse mercúrio. O papel da ciência para ajudar a solucionar a crise que atinge a população indígena foi ressaltado pelo perito criminal federal, Fabio Augusto da Silva Salvador. Eu relembro aqui que sempre que os momentos de crise surgem a ciência é chamada para agir e eu espero que após essa crise que se apresenta agora nós continuemos valorizando a ciência em todos os seus rumos. E agora nesse momento de crise a ciência novamente é chamada a participar. Isso é fundamental. O método científico é que nos vai levar às soluções, com certeza. O relatório está previsto para ser votado no dia 5 de maio e irá consolidar os trabalhos da Comissão. O texto deve apresentar sugestões legislativas e  técnicas para minimizar os impactos da crise humanitária vivida na Terra Indígena Ianomâmi. Sob a supervisão de Maurício de Santi, da Rádio Senado, Bianca Mingote.

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