Após atos de vandalismo, profissionais do Museu do Senado destacam Dia Internacional do Conservador Restaurador
Após os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes da República, em 8 de janeiro, as equipes de restauradores do Museu do Senado e do Serviço de Gestão de Acervo Museológico (Segam) se dedicam a recuperar os 18 itens danificados. Quatro peças já foram finalizadas, entre elas uma tela do artista gaúcho Guido Mondim, de 1967. No Dia Internacional do Conservador Restaurador, celebrado neste 27 de janeiro, profissionais do Museu do Senado reconhecem o trabalho desses profissionais.
Transcrição
OS PROFISSIONAIS DO MUSEU DO SENADO DESTACAM O DIA INTERNACIONAL DO CONSERVADOR RESTAURADOR, CELEBRADO EM 27 DE JANEIRO.
APÓS ATOS DE VANDALISMO EM BRASÍLIA NO DIA 8 DE JANEIRO, CONSERVADORES RESTAURADORES DO SENADO JÁ RECUPERARAM QUATRO PEÇAS. REPÓRTER BIANCA MINGOTE.
Cuidar de parte da história: essa é uma das missões de um conservador restaurador. Esses profissionais são capacitados para preservar e restaurar obras de arte danificadas, na tentativa de deixá-las o mais próximo possível de seu estado original. Com o objetivo de homenagear todos os conservadores e restauradores de peças históricas e culturais do mundo, em 27 de janeiro é celebrado o Dia Internacional do Conservador Restaurador. A data foi instituída em 2011 no (18°) XVIII Congresso Internacional para a Conservação e Restauração de Bens Culturais realizado em Granada, na Espanha. Além de preservar e restaurar obras, também compete a esses trabalhadores garantir que o item não sofra tantas mudanças com o tempo. Eles preservam ainda as técnicas originais dos artistas, resguardando assim o legado cultural e artístico da humanidade. Após os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes da República em 8 de janeiro, as equipes de restauradores e conservadores do Museu do Senado e do Serviço de Gestão de Acervo Museológico se dedicam a recuperar os 18 itens danificados na Casa. Quatro peças já foram recuperadas, entre elas, uma tela do artista gaúcho Guido Mondim, datada em 1967, que foi retirada da moldura e jogada no chão pelos vândalos. A tela foi recuperada em cinco dias. Maria Cristina Monteiro, coordenadora do Museu Histórico do Senado Federal, destaca a importância dos restauradores conservadores para os museus e, em especial, para a sede do Legislativo Brasileiro.
Eles são indispensáveis. Não existe um museu sem esses profissionais. Você não tem como funcionar, se você não tem uma forma de você conservar e manter o seu acervo. A gente tem uma equipe pequena, mas eles são muito dedicados, muito profissionais, eles têm trabalhado além da hora. É muito importante pro museu, pro próprio Senado Federal e pro seu acervo a existência desses profissionais. Sem eles seria impossível a gente manter um acervo em ordem, com boa qualidade, higienizado e sempre à disposição para ser visto, admirado, tanto como obra, como uma peça histórica.
Para Priscila Rocha, Conservadora e Restauradora de Bens Culturais, que é especialista em suporte papel, o que move a profissão é manter viva a história e a cultura do nosso país. Ela afirma que apesar do vandalismo no Senado mexer com o emocional da equipe, é possível ter a certeza da recuperação dos itens.
Trabalhar com as obras que foram vandalizadas nesse dia oito é uma mistura de sentimentos. Nós somos muito profissionais, mas acaba que a gente se depara com o emocional. São bens que fazem parte da nossa história e foram destruídos por um ato covarde. Por trás desse sentimento a gente tem a certeza de que é possível a restauração de devolver integridade física e histórica do objeto
Apesar da relevância desses trabalhadores para a preservação de obras históricas e culturais do mundo, a profissão ainda não é regulamentada no Brasil, mas o Senado já aprovou um projeto destinado a regulamentar a atividade. No momento, a proposta aguarda designação de relator na Câmara dos Deputados. Sob a supervisão de Maurício de Santi, da Rádio Senado, Bianca Mingote.