Presidente da SBPC alerta que falta de verba compromete o trabalho de órgãos importantes à população — Rádio Senado
Audiência pública

Presidente da SBPC alerta que falta de verba compromete o trabalho de órgãos importantes à população

O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBBP) e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, alertou que os cortes no orçamento da ciência e tecnologia podem afetar o trabalho de órgãos importantes à população, como o Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). A presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader, defendeu uma política de Estado para a educação e pesquisa científica. O senador Wellington Fagundes (PL-MT) disse que o Congresso Nacional trabalha para o desenvolvimento científico e qualidade de vida dos brasileiros. Eles participaram de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) que discutiu o impacto da Medida Provisória (MPV 1.136/2022) que limita o orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

27/10/2022, 15h14 - ATUALIZADO EM 27/10/2022, 16h43
Duração de áudio: 02:57
Moreira Mariz/Agencia Senado

Transcrição
O PRESIDENTE DA SBPC E EX-MINISTRO DA EDUCAÇÃO RENATO JANINE RIBEIRO ALERTA QUE OS CORTES NO ORÇAMENTO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA PODEM AFETAR O TRABALHO DE ÓRGÃOS ESSENCIAIS, COMO O CEMADEN, QUE TRATA DE DESASTRES NATURAIS. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. Segundo o presidente da SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Renato Janine Ribeiro, o setor científico já enfrenta dificuldades com a redução dos repasses de dinheiro a cada ano. Como exemplo, o ex-ministro da Educação citou o CNPQ, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que em setembro já estava com 98% do orçamento empenhado. Janine Ribeiro alertou que órgãos essenciais à população, como o Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, Cemaden, podem ter suas atividades comprometidas.  “O nosso sistema científico e tecnológico está com esses recursos cortados para o último trimestre. Reduziu muito a mortandade no Brasil por deslizamentos de montes, fruto de inundações, de outros eventos que são impossíveis de prever com longa antecedência, e o Cemaden consegue alertar com algumas horas de antecedência, de modo a salvar populações inteiras. Todos temos na memória os desastres ocorridos tanto em Angra quanto nas serras do Rio de Janeiro, levando um número grande de vidas”. Ao defender uma política de Estado para a educação, a presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, criticou a falta de investimentos em pesquisa científica nas universidades. “Os países aumentaram orçamento em educação em resposta à pandemia, tanto na educação primária quanto na educação terciária, universidades. Aqui se corta e ainda se diz que tem que pôr fogo em estudantes. O Brasil precisa de uma política de Estado para educação e CT&I. Ciência e educação não são gastos, são investimentos. Então, eu quero só alertar que estão matando a galinha dos ovos de ouro! O senador Wellington Fagundes, do PL mato-grossense, disse que o Congresso Nacional busca alternativas de desenvolvimento do País e melhoria da qualidade de vida das pessoas. Todos nós temos, sim, um compromisso de fazer com que esse país, que é a 10ª economia do mundo, realmente possa investir mais naquilo que traga, principalmente, para o país oportunidades concretas de se desenvolver com qualidade de vida. E esperar que realmente o Brasil possa ter essas transformações e que cada um tenha a preocupação do investimento na ciência, claro, na tecnologia e, acima de tudo, na educação. As ponderações foram feitas durante audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia que discutiu o impacto da Medida Provisória que corta dinheiro do FNDCT, Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, uma das principais fontes de financiamento da ciência, tecnologia e inovação no país. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

Ao vivo
00:0000:00