Consultorias de Orçamento apontam menor valor para a Saúde em 10 anos em 2023 — Rádio Senado
Orçamento 2023

Consultorias de Orçamento apontam menor valor para a Saúde em 10 anos em 2023

As Consultorias do Senado e da Câmara dos Deputados analisaram os vetos presidenciais ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias (PLN 5/2022) para o ano de 2023 (LDO). Eles alertam que os cortes nas áreas da saúde, educação e assistência social são dramáticos. Além disso, as despesas obrigatórias esmagam o Orçamento a ponto de inviabilizar investimentos e políticas públicas.

06/10/2022, 13h31 - ATUALIZADO EM 10/10/2022, 13h32
Duração de áudio: 03:18
Getty Images/iStockphoto/direitos reservados

Transcrição
OS INVESTIMENTOS COM SAÚDE, EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL TERÃO REDUÇÃO DRAMÁTICA EM 2023. É O QUE APONTOU UMA NOTA DAS CONSULTORIAS DE ORÇAMENTO DO SENADO E DA CÂMARA SOBRE O PROJETO DA LEI ORÇAMENTÁRIA DO ANO QUE VEM, ENVIADO PELO GOVERNO. OS DETALHES NA REPORTAGEM DE MARCELLA CUNHA A Saúde terá, em 2023, o menor orçamento dos últimos 10 anos. A informação é das Consultorias de Orçamento do Senado e da Câmara, que emitiram uma nota técnica a respeito do Projeto da Lei Orçamentária Anual, enviado pela Presidência da República com vetos a 294 dispositivos aprovados pelo Congresso Nacional. Já a Educação vai perder em todas as áreas, com exceção da complementação do Fundeb. Os recursos para o ensino básico, por exemplo, caem 70% em relação a 2012. Os especialistas alertam ainda para a situação da Assistência Social. As despesas discricionárias, aquelas que o Governo têm liberdade de decidir, sofreram cortes de até 97% em comparação ao ano passado. No total, o Governo terá 93,7% do orçamento ‘engessado’ para pagamentos obrigatórios. Isso deixa apenas 6,3% gastos com a máquina pública e investimentos. Para o consultor do Senado, Vinícius Amaral, o valor está espremido a ponto de inviabilizar políticas públicas.  O montante que vem de investimento na proposta é o menor de toda a série histórica: são apenas 22 bilhões de reais em investimentos públicos previsto. E esse montante não é suficiente nem sequer para manter os investimentos existentes, ou seja, de conservar o patrimônio público, o patrimônio da união já existente. O documento aponta, ainda, que o projeto enviado pelo Governo viabiliza o pagamento de apenas 400 reais para o programa Auxílio Brasil. O valor é menor do que o que vem sendo anunciado e, segundo as Consultorias de Orçamento, “deixa em aberto o equacionamento fiscal necessário para viabilizar a manutenção do auxílio em R$ 600”, que exigiria mais 52 bilhões de reais. O relator-geral da proposta orçamentária de 2023, senador Marcelo Castro, do MDB do Piauí, afirmou que esperava que o Governo enviasse a previsão correta no projeto orçamentário. Nós esperávamos, honestamente, que na proposta orçamentaria ele mandasse essa previsão dos 600 reais. Seria a grande notícia do ponto de vista social. Mas o que o governo prometeu é absolutamente frustrante.  Fica uma incongruência entre o que promete e o que propõe. O Governo não precisa prometer, ele tem que propor. Mas não propôs.  Os consultores destacaram que o PLOA não prevê as despesas mínimas para a continuação de obras em andamento, que teria que ser, no mínimo, de 8,8% das despesas discricionárias. E citaram a renúncia de quase 600 bilhões de reais em receitas tributárias e benefícios financeiros e creditícios, com concentração de 60% no Sul e Sudeste, o que para as Consultorias, contraria o objetivo constitucional de redução das desigualdades regionais. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

Ao vivo
00:0000:00