No Dia Nacional da Adoção, Senado homenageia iniciativas para dar um lar a crianças preteridas — Rádio Senado
Plenário

No Dia Nacional da Adoção, Senado homenageia iniciativas para dar um lar a crianças preteridas

No Dia Nacional da Adoção (25), o Senado homenageou iniciativas para dar um lar a crianças mais velhas, com deficiência ou doenças, que costumam ser preteridas na fila de adoção. O Prêmio Adoção Tardia será concedido todos os anos a pessoas e instituições que se destaquem em iniciativas para buscar famílias para essas crianças. Nesta primeira edição, foram homenageadas quatro instituições e o senador Fabiano Contarato (PT-ES), pai adotivo de duas crianças.

25/05/2022, 18h54 - ATUALIZADO EM 25/05/2022, 18h54
Duração de áudio: 02:21
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
NO DIA NACIONAL DA ADOÇÃO, O SENADO HOMENAGEOU INICIATIVAS PARA DAR UM LAR A CRIANÇAS MAIS VELHAS, COM DEFICIÊNCIA OU DOENÇAS, QUE COSTUMAM FICAR PARA TRÁS NOS ABRIGOS. RECEBERAM O “PRÊMIO ADOÇÃO TARDIA” QUATRO INSTITUIÇÕES E O SENADOR FABIANO CONTARATO, PAI ADOTIVO DE DUAS CRIANÇAS. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. No Brasil, há mais pessoas interessadas em adotar que crianças em busca de uma família. A conta não fecha, no entanto, porque alguns grupos são historicamente preteridos na fila. Isso porque não se encaixam no perfil que a média dos adotantes buscam: têm irmãos, mais de três anos de idade, alguma deficiência ou doença crônica, como destacou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Crianças que não têm as características tradicionalmente desejadas pelos adotantes e, por isso, correm risco de envelhecer, de serem esquecidas nas instituições de acolhimento; crianças com chances reduzidas de adoção em decorrência do sexo, da etnia ou da cor da pele; crianças de características incompatíveis com o tipo idealizado, infelizmente ainda predominante na cultura da adoção, bebês recém-nascidos, do sexo feminino, de cor branca. Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo, disse emocionado que muitos dos processos de adoção esbarram em dificuldades criadas pelo preconceito, situação que viveu quando tentou pela primeira vez a guarda compartilhada dos filhos com seu esposo Rodrigo. Um promotor da vara da infância e da juventude negou, em sua promoção, com o argumento de que filho no Brasil só se fosse fruto de uma relação heterossexual. Vejam a que ponto chega o preconceito em nosso país. Um membro do Ministério Público que atua na Vara da Infância descura do sentido último de sua obrigação funcional – atender ao princípio do superior interesse da criança. Quanta dor, quanto sofrimento ele nos causou para dar vazão a um sentimento de ódio, de exclusão, de intolerância. Helerson Silva, da comissão de adoção do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, apontou que as iniciativas locais têm sido importantes para reduzir essas dificuldades, pois aproximam as crianças dos adotantes. O Sistema Nacional de Adoção vai englobar as campanhas de adoção e vai ter o perfil dessas crianças disponíveis, para os pretendentes habilitados consultarem também. Isso é um enorme avanço, porque vai deixar essas crianças com esses perfis mais próximas dos pretendentes, não é? As pessoas nos falavam: "Olhe, eu não não considerava a hipótese de adotar nesses perfis, mas, quando eu bati o olho naquela foto, naquele vídeo, eu me identifiquei: é meu filho!" E isso tem dado muito certo. Esta foi a primeira edição do prêmio Adoção Tardia, que será concedido todos os anos, no Dia Nacional da Adoção, para pessoas e instituições que se destaquem em iniciativas para dar um lar a essas crianças. Foram homenageados, além de Contarato, os Tribunais de Justiça do Espírito Santo, Distrito Federal e do Rio Grande do Sul e o Grupo de Apoio à Adoção de Belo Horizonte. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.

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