Diretor do FNDE nega tráfico de influência no órgão em depoimento no Senado — Rádio Senado
Comissão de Educação

Diretor do FNDE nega tráfico de influência no órgão em depoimento no Senado

A Comissão de Educação ouviu nesta quarta-feira (11) o diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação, Gabriel Vilar. Ele deu detalhes sobre as 2.581 obras inacabadas, com recursos aprovadas pelo órgão desde 2007. O presidente da comissão, senador Marcelo Castro (MDB-PI), questionou os empenhos com valores simbólicos para novas obras, enquanto há milhares em andamento. O depoimento do Diretor de Ações Educacionais, Gharigam Amarante, foi adiado.

11/05/2022, 17h00 - ATUALIZADO EM 11/05/2022, 17h00
Duração de áudio: 02:12
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
O DIRETOR DO FNDE GABRIEL VILAR PRESTOU DEPOIMENTO NESTA QUARTA-FEIRA À COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DO SENADO. ELE NEGOU INFLUÊNCIA DE PASTORES NA LIBERAÇÃO DE RECURSOS DO ÓRGÃO E DEU EXPLICAÇÕES SOBRE OBRAS INACABADAS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA O diretor de Gestão, Articulação e Projetos Educacionais do FNDE, Gabriel Vilar, negou haver interferência de pastores no órgão para a liberação de recursos. Ele confirmou ter viajado em duas ocasiões com o ex-ministro Milton Ribeiro, mas não notou a presença dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. Vilar também afirmou não ser possível fazer juízo de valor sobre o consultor do FNDE, Darwin Lima, acusado de conflito de interesse por ser sócio de uma empresa que recebe recursos do  próprio fundo. Os dois chegaram a ser vizinhos, o que, segundo Vilar, teria sido uma coincidência.  São 72 consultores. Eu não consigo acompanhar o que cada consultor faz na sua vida pessoal ou privada. O que a gente conversou com organismos internacionais à época é que não havia naquela momento nenhuma vedação com relação a isso. Se os órgãos de controle entenderem por bem, nós iremos mexer, melhorar nossa avaliação. Vilar também relatou a situação de mais de duas mil e 500 obras inacabadas financiadas pelo FNDE. São creches e escolas aprovadas, desde 2007, e que já custaram mais de um bilhão e 200 milhões de reais aos cofres públicos. O presidente do colegiado, senador Marcelo Castro, do MDB do Piauí, questionou o motivo do FNDE seguir financiando novas obras quando existem milhares inacabadas. Duas mil obras novas, empenhando valores simbólicos, irrisórios, que não se consegue, em linha geral, começar uma obra. Qual a justificativa para se fazer isso? O que o FNDE busca quando uma creche que custa 3 milhões e 200 ela empenha 5 mil? Uma escola que custa 8 milhões 200 e tantos mil, ela empenha 30 mil como foi o caso de Porto Seguro? Os senadores também iriam ouvir o diretor de ações eduacionais do FNDE, Garigham Amarante, mas a oitiva foi adiada. Na próxima semana, a comissão deverá ouvir o atual ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, secretário-executivo da pasta na gestão de Milton Ribeiro. Da Rádio Senado Marcella Cunha

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