Senadores defendem distribuição de vacinas para países mais pobres
Senadores defendem democratização da vacina para deter avanço da covid-19 no mundo. Enquanto 66,5% dos brasileiros já receberam duas doses do imunizante, o índice de vacinados ainda não alcança 10% da população nos países africanos. Especialistas alertam que essa diferença promove o surgimento de novas variantes da doença.
Transcrição
SENADORES DEFENDEM A DEMOCRATIZAÇÃO DA VACINA CONTRA COVID PARA DETER AVANÇO DA DOENÇA NO MUNDO.
ENQUANTO 66,5% DOS BRASILEIROS JÁ RECEBERAM DUAS DOSES DO IMUNIZANTE, O ÍNDICE DE VACINADOS AINDA NÃO ALCANÇA 10% DA POPULAÇÃO NOS PAÍSES AFRICANOS. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA.
Mais de 66% dos brasileiros já receberam duas doses da vacina contra a covid-19, totalizando mais de 141 milhões 831 mil e 900 pessoas. O estado mais adiantado é o de São Paulo, com 78% de cidadãos completamente imunizados, contra apenas 39% dos habitantes do Amapá, que tem o menor índice de vacinação do País. Ao falar sobre a importância de manter os cuidados com a higiene pessoal e o uso de máscaras, o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, lembrou que a pandemia só vai acabar quando houver a universalização dos imunizantes.
Neste momento, nós estamos assistindo à disseminação de uma nova cepa exatamente pelo fato de que o acesso à vacina não foi democratizado e não foi universalizado. É uma obrigação dos países mais ricos ajudar na ampliação da vacinação na África, na América Latina, na Ásia. Porque essa pandemia não será controlada enquanto todos não tiverem acesso à vacina.
O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, defendeu a produção de vacinas em países mais vulneráveis.
E, se nós queremos fazer com que a pandemia diminua no mundo todo, é preciso produzir vacina não só no Brasil, mas também nos outros países considerados inclusive mais frágeis. Se pegar o continente africano, não há 10% de pessoas vacinadas, e isso, naturalmente e infelizmente, pode fazer com que o novo vírus venha a contagiar a todos nós.
A Organização Mundial de Saúde alerta que a distribuição desigual de vacinas pelos países permite que a doença continue circulando, por meio de novas variantes. Os países ricos receberam até agora 15 vezes mais doses por habitante do que os mais vulneráveis. Sem estratégias claras de imunização e com graves falhas na distribuição do medicamento pelo continente, a África, por exemplo, aplicou apenas uma de cada quatro doses recebidas, alcançando cerca de 8% da população. Da Rádio Senado, Raquel Teixeira.