Violência contra mulher cresce, aponta DataSenado — Rádio Senado
Pesquisa

Violência contra mulher cresce, aponta DataSenado

Pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto DataSenado revela que 27% das brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar praticada por um homem. O levantamento é feito a cada dois anos, desde 2005, quando serviu de subsídio para a formulação da Lei Maria da Penha (lei 11.340/2006).

13/12/2021, 20h16 - ATUALIZADO EM 13/12/2021, 20h30
Duração de áudio: 02:46
Getty Images/iStockphoto

Transcrição
NONA EDIÇÃO DA PESQUISA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER MOSTRA QUE A PERCEPÇÃO DAS BRASILEIRAS É DE QUE HOUVE UM AUMENTO NA VIOLÊNCIA COMETIDA CONTRA PESSOAS DO SEXO FEMININO. FORAM TRÊS MIL MULHERES DE 16 ANOS EM DIANTE DE TODO O BRASIL ENTREVISTADAS POR TELEFONE ENTRE 14 DE OUTUBRO E 5 DE NOVEMBRO. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. Para 86% das brasileiras ouvidas pelo Instituto DataSenado, a violência contra  a mulher aumentou no último ano. Na edição anterior da pesquisa, feita a cada dois anos, o percentual era de 82%. O levantamento, realizado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal, revela que brasileiras que conhecem uma ou mais mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar chegam a 68%. Entre as 27% de entrevistadas que afirmaram já ter sofrido esse tipo de agressão, vem crescendo o número das mulheres que estão identificando outros tipos de violência, além da física. As violências psicológica, moral e patrimonial foram mais relatadas do que na pesquisa de 2019. A coordenadora do Observatório da Mulher contra a Violência, Maria Teresa Firmino, ressaltou o dado e a possível razão: À exceção da violência física, todos os demais tipos de violência registram um aumento e isso sugere uma maior consciência das brasileiras sobre as várias formas de manifestação da violência contra a mulher no país. Fazendo uma inferência possível nesse recorte de pandemia, talvez esse convívio mais intenso durante esse período tenha feito com que as mulheres tenham percebido com maior facilidade as outras possibilidades de violência. Questionadas sobre o que leva uma mulher a não denunciar a agressão sofrida, as entrevistadas apontaram como principais causas o medo do agressor e a dependência financeira dele. Os dois motivos foram os mesmos mencionados na pesquisa de 2019 e tiveram um crescimento no percentual. 54% das mulheres ouvidas relataram que não são respeitadas no Brasil e na opinião de 45% a rua é o local onde o desrespeito é maior, seguida pelo ambiente familiar, apontado por 31%. A senadora Leila Barros, do Cidadania do Distrito Federal, que apresentou projeto para incluir na Lei Maria da Penha os meios eletrônicos como ambientes nos quais podem ser praticadas violências contra a mulher, falou sobre o tema: A violência contra a mulher ocorre em todos os espaços: na casa, na rua, no trabalho, nas áreas de lazer. Pior do que isso: a violência contra a mulher também a alcança nos espaços virtuais. Uma das proposições que apresentamos, o PL 116/2020, caracteriza a violência eletrônica contra a mulher para ajudar a combater as formas virtuais de violência psicológica, moral, sexual e patrimonial que também se cometem no lar. A íntegra da pesquisa, que contou somente com mulheres entrevistadoras, pode ser acessada em senado.leg.br/datasenado. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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