CPI quebra sigilo de Ricardo Barros e de pessoas e empresas ligadas à Precisa — Rádio Senado
CPI da Pandemia

CPI quebra sigilo de Ricardo Barros e de pessoas e empresas ligadas à Precisa

A CPI da Pandemia aprovou 187 requerimentos. Entre eles, estão a quebra de sigilos do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo, de pessoas e empresas ligadas à Precisa Medicamentos e dos responsáveis por redes sociais bolsonaristas que propagaram informações falsas. Também foram convocados sócios do FIB Bank, que apresentou garantia no contrato da covaxin apesar de não ser um banco, e da Belcher Farmacêutica, Emanuel Catori, que tentou vender imunizante chinês do laboratório Cansino.

19/08/2021, 15h26 - ATUALIZADO EM 19/08/2021, 20h15
Duração de áudio: 03:10
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
A CPI APROVOU A QUEBRA DE SIGILOS DE EMPRESAS E PESSOAS LIGADAS AO LÍDER DO GOVERNO E À PRECISA MEDICAMENTOS. OS SENADORES TAMBÉM TERÃO ACESSO A DOCUMENTOS SOBRE OS HOSPITAIS FEDERAIS DO RIO DE JANEIRO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Os integrantes da CPI da Pandemia aprovaram 187 requerimentos. Desses, 42 são pedidos para que o COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras – envie a movimentação bancária de pessoas e empresas ligadas aos hospitais federais do Rio de Janeiro e de responsáveis por sites que divulgaram notícias falsas sobre a pandemia. A maioria dos 60 pedidos de quebra de sigilos é de pessoas e empresas ligadas à Precisa Medicamentos e ao seu dono, Francisco Maximiano; ao líder do governo, deputado Ricardo Barros, do PP do Paraná; e aos advogados da família Bolsonaro, Frederick Wassef e Thais Amaral Moura. Os senadores também terão acesso ao sigilo telemático dos responsáveis por redes sociais bolsonaristas que propagaram informações contrárias à ciência. Mas o senador Eduardo Girão, do Podemos do Ceará, alegou que essa decisão da CPI é um atentando à democracia. A liberdade de expressão é direito fundamental garantido pela Constituição de 88. O que esta CPI está fazendo com os movimentos conservadores é um atentado sem precedentes à liberdade de expressão, uma covarde intimidação, uma verdadeira censura, só pelo fato de esses meios propagarem ideias tradicionais e conservadoras. É, portanto, incabível numa democracia esse atentado à cláusula pétrea da livre manifestação de pensamento. O argumento foi rebatido pela senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, ao citar as consequências da divulgação de notícias falsas em plena pandemia. Não existe direito absoluto no Brasil, não se pode utilizar a liberdade de expressão para mentir, para caluniar, para desonrar as pessoas, para desrespeitar as pessoas e, ainda mais, para matar as pessoas! As fake news que foram propagadas neste período de pandemia, algumas delas, mataram. E, agora, a apresentação desses requerimentos, para exatamente buscar o clareamento e a transparência, é fundamental para responsabilizar esses culpados, pessoas que usam as redes sociais de forma criminosa. Também foram convocadas sete pessoas, entre elas os sócios do FIB Bank, que apresentou garantia no contrato da covaxin apesar de não ser um banco, e da Belcher Farmacêutica, Emanuel Catori, que tentou vender imunizante chinês do laboratório Cansino. Os senadores também aprovaram pedidos de informação ao Ministério da Saúde sobre o aplicativo TrateCov e a demissão do ex-diretor de Logística, Roberto Dias e ao Conselho Federal de Medicina, Agência Nacional de Saúde Suplementar e ao Ministério Público a respeito da pressão da Unimed para que médicos prescrevessem o chamado tratamento precoce. A CPI também quer acesso aos inquéritos contra o deputado federal Ricardo Barros e relacionados às fake News, que tramintam no Supremo Tribunal Federal. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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