Ministro da Saúde diz à CPI que só vacinação resolverá pandemia — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Ministro da Saúde diz à CPI que só vacinação resolverá pandemia

Na CPI da Pandemia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que ele mesmo decidiu não efetivar a infectologista Luana Araújo. Ele afirmou que a realização da Copa América não traz riscos ao citar que a contaminação continua com ou sem a competição. Marcelo Queiroga se posicionou contrariamente ao tratamento precoce e defendeu a vacinação. Segundo ele, todos os brasileiros maiores de 18 anos estarão imunizados até o final do ano. Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o ministro da Saúde é constrangido por não ter autonomia e rebateu o calendário de vacinação. Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) reafirmou as ações do governo federal no enfrentamento à pandemia.

08/06/2021, 21h05 - ATUALIZADO EM 08/06/2021, 21h05
Duração de áudio: 03:51
Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC: NA CPI, MINISTRO DA SAÚDE DEFENDEU A REALIZAÇÃO DA COPA AMÉRICA E DISSE QUE APENAS A VACINAÇÃO RESOLVERÁ A PANDEMIA. LOC: MARCELO QUEIROGA NEGA VETO DE BOLSONARO À INFECTOLOGISTA INDICADA PARA SECRETARIA DE ENFRENTAMENTO À PANDEMIA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TÉC: Apesar de defender o uso de máscaras e o distanciamento social, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que não é censor do presidente Jair Bolsonaro. Ao ser confrontado com vídeos de aglomerações promovidas por Bolsonaro, ele afirmou que as imagens falam por si só. Marcelo Queiroga informou que analisou apenas os protocolos de segurança para a realização da Copa América. Ele afirmou que o campeonato não vai aumentar o risco de contaminação já existente para qualquer cidadão. (Queiroga Copa) Nós corremos riscos. Não acontecendo o público nos estádios, naturalmente nós não teremos um risco de aglomerações e de uma contaminação maior. De tal maneira que o risco que a pessoa tem que contrair a covid-19 será o mesmo com o jogo ou sem o jogo. A doença é uma doença pandêmica. REP: Ao contrário do que tinha dito em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde negou qualquer veto do Palácio do Planalto à contratação da infectologista Luana Araújo. Disse que ele mesmo decidiu não efetivá-la no cargo por considerar que os posicionamentos dela não harmonizavam a classe médica. Ao se declarar contrário ao tratamento precoce pela falta de evidências científicas, ele disse que a pandemia só será resolvida com a vacinação. Segundo Queiroga, todos os brasileiros maiores de 18 anos serão imunizados até o final do ano com as compras feitas pelo governo federal, mas admitiu que o País poderá sofrer uma baixa nos estoques em julho e agosto. (Queiroga) Reafirmar o compromisso de que a população acima de 18 anos, que são 160 milhões de habitantes, estarão todos vacinados até o final do ano. Nós temos um volume de vacinas muito grande no último trimestre do ano e o nosso objetivo é antecipar. O ponto de maior vulnerabilidade é o mês de julho e o mês de agosto, depois teremos um aporte de vacina muito grande. Estamos trabalhando para antecipar essas doses. REP: O senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, avalia que o ministro foi constrangido a defender o presidente Bolsonaro. Para ele, Queiroga não tem autonomia para atuar com a existência do chamado gabinete paralelo. (Randolfe) Ao que pese o ministro estar constrangido e contido no depoimento, as imagens dos atos antisanitários do presidente da República falam por si demonstraram o espírito e o conflito que ele vive. Outro aspecto que nos restou claro é que nós não temos uma meta estabelecida de imunizações. Se vocês acessarem agora o Plano Nacional de Imunizações, que está presente no site do Ministério da Saúde, está lá como meta 78 milhões de doses. REP: Já o senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, reafirmou que o governo tem atuado no enfrentamento à pandemia por meio da compra de vacinas e de insumos, além de apoio financeiro a estados e municípios. (Marcos) Lamento muito que o ministro tenha perdido um dia de trabalho dele. Ele deveria estar no Ministério cuidando de garantir mais vacinas, cuidando de garantir mais suplementos aos estados e municípios, coisa que ele vem fazendo. Já ultrapassamos a marca de 100 milhões de doses de vacinas enviadas aos Estados e municípios. E o ministro aqui preso na sala tendo que passar por esse verdadeiro constrangimento até sendo chamado de mentiroso por senador no âmbito da CPI. REP: Ainda na CPI, Marcelo Queiroga admitiu que não tem infectologistas na sua equipe, que não leu as bulas das vacinas e que não foi consultado sobre uma ação judicial do governo contra a autonomia de estados e municípios para decretarem lockdowns. O ministro da Saúde anunciou ainda a compra de 14 milhões de testes rápidos, que serão usados em locais de grande circulação para identificar pacientes assintomáticos. Da Rádio Senado, Herica Christian.

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