Médica confirma reuniões com Bolsonaro, mas nega gabinete paralelo — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Médica confirma reuniões com Bolsonaro, mas nega gabinete paralelo

Em depoimento à CPI da Pandemia, a médica Nise Yamaguchi negou a existência de um gabinete paralelo, mas confirmou encontros com o presidente Jair Bolsonaro. Ela refutou uma tentativa de mudança na bula da cloroquina ao afirmar que a Casa Civil discutiu a oferta do medicamento e autonomia médica para sua prescrição. Nise Yamaguchi defendeu o tratamento precoce e disse que a vacinação não resolverá o problema da pandemia. Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a médica confirmou a minuta de decreto para uso da cloroquina contra a covid-19. Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que Nise Yamaguchi apresentou dados científicos ignorados pela CPI.

01/06/2021, 20h19 - ATUALIZADO EM 01/06/2021, 20h19
Duração de áudio: 02:39
Leopoldo Silva/Agência Senado

Transcrição
LOC: NA CPI DA PANDEMIA, MÉDICA CONFIRMA REUNIÕES COM O PRESIDENTE BOLSONARO, MAS NEGA ASSESSORAMENTO PARALELO. LOC: OPOSIÇÃO E INDEPENDENTES COBRAM EFICÁCIA DO TRATAMENTO PRECOCE, ENQUANTO GOVERNISTAS REAFIRMAM PARCIALIDADE DAS INVESTIGAÇÕES. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TÉC: Em depoimento à CPI da Pandemia, a oncologista e imunologista Nise Yamaguchi negou a existência de um gabinete paralelo, mas confirmou reuniões com ministros e com o presidente Jair Bolsonaro. Em uma delas comentou a divisão na classe médica sobre o tratamento precoce. Ela disse ainda que participa de um conselho científico independente que fornece informações ao governo. Nise Yamaguchi citou encontros com o empresário Carlos Wizard e com o ex-assessor da presidência da República, Arthur Weintraub, ambos defensores do tratamento precoce e da tese da imunidade de rebanho. Nise Yamaguchi refutou a tentativa de mudança na bula da cloroquina. Disse que numa reunião na Casa Civil foram discutidas a oferta do medicamento e a autonomia médica para a sua prescrição. Ao citar documento entregue pela própria médica, o senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, disse que Nise Yamaguchi confirmou a existência de uma minuta de decreto para a liberação do tratamento precoce. (Randolfe) Isto confirma a existência da intenção em mudar, se não foi a bula, o receituário, a preceituação da hidroxicloroquina. Para mim, a maior contribuição foi essa documentação que a própria doutora Nise entregou à CPI. REP: Nise Yamaguchi disse ainda à CPI que a vacinação não vai resolver o problema da covid-19, que deve se valer do tratamento precoce, que, segundo ela, foi demonizado. Ao ser questionada sobre resultados do uso da cloroquina, entre outros medicamentos, Nise Yamaguchi apresentou pesquisas e dados do início da pandemia. Na avaliação do senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, a médica foi clara na inexistência do gabinete paralelo e da alteração da bula da cloroquina. Para ele, a depoente foi desrespeitada pela CPI. (ROGÉRIO) Falam em ciência o tempo todo, mas quando chega alguém que tem vivência e currículo aí eles querem que aqueles que são especialistas respondam sim ou não para colocarem no quebra-cabeças deles a palavra que querem arrancar. Isso não é CPI. REP: Nise Yamaguchi manteve a defesa da imunidade de rebanho a partir da contaminação natural e da vacinação. E negou ter sido convidada para ser ministra da Saúde porque já tinha dito ao presidente da República que não gostaria de suspender os atendimentos médicos nem as pesquisas que faz. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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