Não houve apoio financeiro do governo no desenvolvimento da Coronavac, afirma Dimas Covas — Rádio Senado
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Não houve apoio financeiro do governo no desenvolvimento da Coronavac, afirma Dimas Covas

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quinta-feira (27), em depoimento à CPI da Pandemia, que foi frustrante ouvir as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a Coronavac e o consequente atraso nas negociações da aquisição do imunizante em outubro de 2020. Dimas Covas disse ainda que não houve nenhum apoio financeiro do governo federal no desenvolvimento da vacina.

27/05/2021, 10h56 - ATUALIZADO EM 27/05/2021, 10h56
Duração de áudio: 02:17
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: DIMAS COVAS, DIRETOR DO BUTANTAN, ADMITE FRUSTRAÇÃO COM ATRASOS NA NEGOCIAÇÃO DA VENDA DA CORONAVAC APÓS FALAS DE JAIR BOLSONARO EM OUTUBRO DE 2020. REPÓRTER RODRIGO RESENDE. (Repórter) O diretor do instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que foi frustrante ouvir as declarações do presidente Jair Bolsonaro e o consequente atraso nas negociações da aquisição pelo governo federal da Coronavac após confirmação em reunião com governadores do então ministro da saúde, Eduardo Pazuello, que haveria assinatura de contrato de compra da vacina em outubro de 2020: (Dimas Covas) E aí no outro dia de manhã, onde ainda existiriam conversações adicionais. Infelizmente, essas conversações não prosseguiram porque houve aí, uma manifestação, do nosso, do Presidente da República, naquele momento, não é? Dizendo que a vacina não seria, de fato, incorporada. Não haveria o progresso desse processo. Óbvio que isso causa, sem dúvida nenhuma alguma frustração da nossa parte, mas enfim, faz parte, não é? E voltamos ao Butantan e continuamos o projeto. (Repórter) Dimas afirmou que a assinatura do contrato foi ocorrer só em Janeiro de 2021, e assim, não seria possível, por exemplo, entregar 100 milhões de doses até maio de 2021 como estava previsto em outubro: (Dimas Covas) Então hoje nós temos um contrato de quarenta e seis que foi integralizado. Primeiro contrato de vacinas foi cumprido. Nós tínhamos a obrigação de cumprir o contrato no dia trinta de abril cumprimos o contrato no dia doze de maio. Atrasamos doze dias. Não preciso falar que outros contratos ainda não foram sequer iniciados. E já iniciamos o fornecimento do segundo contrato. Cinquenta e quatro milhões de dólares. Esse contrato previsto pra ser cumprido até setembro. Nós adiantamos uma programação teríamos condições de cumpri-lo até agosto não fosse essas questões de matéria prima. Então essas questões de matéria prima, por exemplo, já agora começaram de fato a interferir no cronograma. (Repórter) Dimas Covas afirmou não houve nenhum apoio financeiro do governo federal no desenvolvimento da Coronavac.

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