Falta de insumos será tema de debate em comissão de acompanhamento da covid-19 — Rádio Senado
Audiência pública

Falta de insumos será tema de debate em comissão de acompanhamento da covid-19

A comissão que acompanha as ações de combate ao coronavírus vai ouvir nesta sexta-feira (28) representantes da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e empresas fornecedoras de equipamento hospitalar. Eles vão discutir a escassez de remédios para intubação e a incorporação, pelo Sistema Único de Saúde, da oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO). O presidente da comissão, senador Confúcio Moura (MDB-RO) também quer ouvir da União Química, representante da vacina russa Sputnik-V, sobre as pendências para a autorização da Anvisa. 

27/05/2021, 13h31 - ATUALIZADO EM 27/05/2021, 13h31
Duração de áudio: 03:06
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DA COVID-19 VAI DISCUTIR NESTA SEXTA-FEIRA A FALTA DE REMÉDIOS PARA TRATAMENTO DA DOENÇA, O ANDAMENTO DA VACINAÇÃO E A POSSIBILIDADE DO USO DE PULMÃO ARTIFICIAL PELO SUS. LOC: O MÉTODO, CONHECIDO COMO ECMO, OXIGENA O SANGUE FORA DO CORPO E CHEGA A CUSTAR 30 MIL REAIS POR DIA. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA (Repórter) A comissão que acompanha as ações de enfrentamento à pandemia vai discutir nesta sexta-feira o avanço do Programa de Nacional Imunização. Os senadores vão ouvir o laboratório União Química, representante da vacina russa Sputnik-V, ainda não aprovada pela Anvisa. Para o presidente da comissão, senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, é preciso destravar a liberação, já que milhões de doses foram adquiridas pelos consórcios dos prefeitos e das regiões Norte e Nordeste. (Confúcio Moura) Nós estamos realmente precisando das vacinas que estão pendentes na Anvisa. Então, nós precisamos desatar o nó que é realmente um relatório técnico, que a Anvisa está solicitando, porque a gente precisa resolver isso muito rapidamente para termos a justificativa da nossa existência aqui como Comissão. (Repórter) A escassez de remédios essenciais para intubação também será debatida. Segundo o Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras, 90% dos maiores municípios do país relataram dificuldade na aquisição do kit intubação, com produtos que chegam a custar até 10 vezes mais. Em agosto do ano passado, o governo cancelou uma compra de insumos vindos do Uruguai, sem esclarecer o motivo. Agora, o relator da comissão, o senador Wellington Fagundes, do PL de Mato Grosso, quer saber se o Executivo está apoiando os municípios. (Wellington Fagundes) Como está a situação e quais são as perspectivas para o abastecimento de oxigênio medicinal, de medicamentos de uso em terapia intensiva, inclusive para intubação orotraqueal na rede municipal de saúde? Que apoio os Municípios têm recebido dos Estados e do Governo Federal? (Repórter) Foram convidados para a audiência representantes da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e empresas fornecedoras de equipamento hospitalar, como a Eurofarma e Hipolabor. Os participantes vão discutir, ainda, a oxigenação extracorpórea para tratamento de covid, inclusive pelo SUS. O recurso terapêutico, conhecido como ECMO, ganhou mais notoriedade após ser usado no tratamento do ator Paulo Gustavo. O método auxilia pacientes graves com falência cardiovascular ou pulmonar porque faz o sangue circular por um pulmão artificial e depois retornar para a corrente sanguínea. Em 2015, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde rejeitou a inclusão do tratamento, que tem duração entre 14 a 25 dias a um custo diário de 30 mil reais. Agora em maio, a Conitec apresentou um novo parecer contrário, alegando que não existem unidades com a infraestrutura necessária para a instalação do ECMO. Para o autor do requerimento, o senador Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo, é preciso rever essa decisão diante do quadro de calamidade.

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