Depoimento de Wajngarten à CPI da Pandemia tem pedido de prisão negado e solicitação ao MP para investigar eventuais mentiras — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Depoimento de Wajngarten à CPI da Pandemia tem pedido de prisão negado e solicitação ao MP para investigar eventuais mentiras

Ao recusar a voz de prisão, o presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), pediu ao Ministério Público do Distrito Federal que investigue as contradições no depoimento do ex-secretário Especial de Comunicação da Presidência da República Fábio Wajngarten. Ele não confirmou declarações dadas à Revista Veja em que responsabilizava o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pela não compra de vacinas. Mas à CPI revelou que desde setembro do ano passado o governo sabia da oferta dos imunizantes da Pfizer. 

12/05/2021, 21h32 - ATUALIZADO EM 12/05/2021, 23h26
Duração de áudio: 03:56
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: NA CPI DA PANDEMIA, EX-SECRETÁRIO DE COMUNICAÇÃO NÃO CONFIRMA DECLARAÇÕES EM QUE RESPONSABILIZARIA EX-MINISTRO DA SAÚDE PELA DEMORA NA COMPRA DE VACINAS. LOC: APESAR DOS APELOS DE DIVERSOS SENADORES, PRESIDENTE DA COMISSÃO NÃO ACATA PEDIDO DE PRISÃO, MAS PEDE AO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA INVESTIGAR EVENTUAIS MENTIRAS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TÉC: Após duas horas de depoimento, o presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz, do PSD do Amazonas, suspendeu a sessão pelas contradições do ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República, Fábio Wajngarten. Em entrevista recente à Revista Veja, ele acusou o ex-ministro Eduardo Pazuello de incompetência pela não compra das vacinas da Pfizer no ano passado e revelou ter iniciado uma negociação com o laboratório norte-americano. Na CPI, Fábio Wajngarten relatou três encontros com representantes da Pfizer sem a anuência do presidente Jair Bolsonaro. E disse que o laboratório ofereceu 500 mil doses e não 70 milhões como declarou à revista. Fábio Wajngarten confirmou, no entanto, que Bolsonaro e outras autoridades demoraram mais de 2 meses para responder à oferta da Pfizer. Também na CPI, Fábio Wajngarten recuou ao afirmar que não tem documentos dessas tratativas. Apoiado por outros senadores, o relator, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, pediu a prisão do ex-secretário por mentir à CPI. (Renan) Se este depoente sair daqui ileso diante das mentiras, vamos escancarar uma porta que depois vamos ter muita dificuldade para fechar. E na medida em que a gente não toma decisões diante do flagrante evidente é óbvio que isso vai enfraquecendo a comissão. REP: Ao negar o pedido de prisão, o presidente da CPI, Omar Aziz, solicitou ao Ministério Público do Distrito Federal que investigue as contradições do ex-secretário. (Omar) Remeter os autos do depoimento testemunhal ocorrido na sessão de hoje ao Ministério Público para a tomada de providências no sentido de promover a apuração e eventualmente a responsabilização inclusive com aplicação de penas restritivas de direito pelo eventual cometimento do crime de falso testemunho perante essa comissão. É importante que o Ministério possa averiguar se o depoente infringiu o Código Penal oferecendo a essa Comissão Parlamentar de Inquérito falso testemunho ou falsa perícia. REP: Ao citar respostas do ex-secretário de Comunicação sobre as chamadas cláusulas leoninas da Pfizer, o senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, disse que não houve negativa do governo na compra das vacinas. (Marcos Rogério) A intenção de venda dessa vacina, que ainda não havia sido registrada na Anvisa, se deu em condições em que o Brasil com base na sua legislação não podia contratar naquele momento. Tanto que foi necessária uma lei autorizando o Brasil excepcionalmente a contratar ainda que com as condições apresentadas pela farmacêutica. Nessas tratativas houve flexibilização de algumas dessas regras. REP: Mas o senador Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, argumentou que a carta não respondida da Pfizer confirma a omissão do governo. (Alessandro) A omissão do governo fica cada vez mais clara porque nós temos agora a ciência e a prova de que o governo tinha acesso à possibilidade de aquisição de vacinas e não o fez por deliberada escolha, por pronta vontade, específica vontade do presidente da República. Os dados estão postos. E se existia, e não verdade não existia, se existisse algum tipo de obstáculo jurídico e legal bastaria que o presidente tivesse adotado as medidas para fazer a aprovação ou encaminhamento de medida que superasse os obstáculos. São só desculpas. O governo não agiu porque não quis. REP: Ainda na CPI, Fábio Wajngarten negou ingerências nas campanhas publicitárias sobre a pandemia e recusas de Bolsonaro para a compra de vacinas desde que liberadas pela Anvisa. O ex-secretário não confirmou a existência de um aconselhamento paralelo do presidente da República. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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