CAE debate sistema de distribuição de combustíveis no país
A Comissão de Assuntos Econômicos ouviu representantes da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre causas e soluções para alta nos valores dos combustíveis vendidos no país. Senadores querem debater suposto cartel formado por distribuidoras do produto, que impede redução nos preços e prejudica consumidores.
Transcrição
LOC: COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS DISCUTE AS CAUSAS E SOLUÇÕES PARA ALTA NOS VALORES DOS COMBUSTÍVEIS COM REPRESENTANTE DA AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO.
LOC: SUPOSTO CARTEL FORMADO POR DISTRIBUIDORAS DO PRODUTO IMPEDE A REDUÇÃO NOS PREÇOS E PREJUDICA CONSUMIDORES. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA.
(Repórter) O cartel é um acordo entre empresas concorrentes para definir os preços praticados no mercado. Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Alexandre Barreto de Souza, citou a existência de onze investigações de denúncias sobre irregularidades nas vendas de combustíveis no país. Ele defendeu a criação de um mapa de valores praticados em todo o Brasil para ajudar no combate ao problema.
(Alexandre Barreto de Souza) A ideia é que criemos hoje um filtro que nos permita ter o mapa, em tempo real no Brasil, dos preços praticados nos postos de combustíveis. O comportamento de preços de uma determinada região ao longo do tempo pode nos fornecer indícios da existência de um cartel.
(Repórter) O presidente da CAE, Otto Alencar, do PSD da Bahia, defendeu a votação de um projeto que permitirá a venda direta dos produtores para os postos de combustíveis.
(Otto Alencar) Eu aprovei no Senado Federal o Projeto de Resolução que tinha como princípio cancelar uma resolução da Agência Nacional de Petróleo, que determinava a venda de combustíveis por distribuidoras. Era um apelo muito grande dos produtores e das usinas de etanol aqui no Nordeste e no Brasil. Eles lutavam por isso há muito tempo. Essa resolução foi para a Câmara dos Deputados.
(Repórter) Já o senador Ângelo Coronel, do PSD da Bahia, destacou que a venda direta provocaria desigualdade de oportunidade entre os compradores, beneficiando aqueles localizados mais próximos às usinas.
(Ângelo Coronel) Eu tenho a concepção de que isso só vai beneficiar quem está próximo das usinas e também haverá um problema seríssimo, porque haverá veículos que chegarão à divisa de um Estado que tem produção de álcool, atravessarão a divisa e terminarão abastecendo em outro Estado onde há a produção de álcool, ou seja, prejudicando, assim, o consumo dentro de alguns Estados.
(Repórter) Para a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a venda direta do produto poderia gerar mais eficiência no setor. Mas essa mudança depende de uma nova forma de tributação.
PR 63/2018