Governadores temem nova variante e cogitam lockdown nacional — Rádio Senado
Pandemia

Governadores temem nova variante e cogitam lockdown nacional

Reunidos com a Comissão Temporária da COVID-19 (CTCOVID19), governadores reclamaram da alta do preço de medicamentos para combater a doença e cogitam lockdown nacional por temor à nova variante do vírus. Durante a reunião, o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) informou que o governo federal pretende assinar ainda nesta quinta-feira (12) o contrato de compra da vacina da Pfizer.

11/03/2021, 13h56 - ATUALIZADO EM 11/03/2021, 15h54
Duração de áudio: 03:08
Claudio Vieira / PMSJC

Transcrição
LOC: NA COMISSÃO DA COVID, GOVERNADORES RECLAMARAM DA ALTA DO PREÇO DE MEDICAMENTOS PARA COMBATER A DOENÇA E COGITAM LOCKDOWN NACIONAL POR TEMOR À NOVA VARIANTE DO VÍRUS. LOC: DURANTE A REUNIÃO, O PRESIDENTE DO SENADO INFORMOU QUE O GOVERNO FEDERAL PRETENDE ASSINAR AINDA NESTA QUINTA-FEIRA O CONTRATO DE COMPRA DA VACINA DA PFIZER. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA (Repórter) Durante a reunião, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, informou que o Ministério da Saúde pretende assinar ainda nesta quinta-feira o contrato com a Pfizer para a compra de 100 milhões de doses da vacina, que serão antecipadas de dezembro para setembro. O anúncio foi feito durante a sanção do projeto de lei apresentado por Pacheco que acabou com a resistência do governo com cláusulas contratuais dos laboratórios. (Rodrigo Pacheco) O Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, me disse que, fruto dele, já havia previsão para hoje da contratação das vacinas da Pfizer, inclusive alargando a quantidade de doses e antecipando o cronograma para o mês de setembro – informação que me foi dada, inclusive, também pelo Ministro Paulo Guedes. (Repórter) Até o momento, o Brasil só aplicou 9 milhões de doses de vacina, sendo que apenas 3 milhões de pessoas tomaram as duas doses de algum imunizante. Para diminuir a transmissibilidade do vírus, o governador do Piauí, Wellington Dias, disse que os estados cogitam adotar medidas de restrição de circulação a nível nacional. (Wellington Dias) Nós já estamos dentro de um colapso nacional na rede hospitalar. Tem neste instante, uma fila gigante 30, 40 mil pessoas em todas as filas hospitalares por vaga de UTI e alguns lugares de leito clínico. Aqui, qual é o objetivo? Garantir as condições de, neste instante, de alguma forma, cortar a transmissibilidade. A ideia é ver se a gente – como fizemos no Carnaval, suspendendo o evento – faz nas 27 unidades da Federação, inclusive dando liberdade para fazer de acordo com a sua realidade. (Repórter) Já o governador do Amazonas, Wilson Lima, chamou a atenção para a alta transmissibilidade da nova variante. (Wilson Lima) Se as coisas acontecerem no restante do País como se desenrolaram aqui no Estado do Amazonas, os próximos dez dias serão muito difíceis. A mais significativa é essa P1, que tem uma capacidade de transmissibilidade muito alta, e é impressionante como ela age. Nós conseguimos chegar ao pico, ao momento mais agravado da doença aqui, em 18 dias. E é um negócio que vai evoluindo de forma exponencial, que a rede de saúde não consegue suportar. Entre as principais queixas dos governadores, está a descentralização da compra de medicamentos pelo governo federal, o que tem gerado uma alta nos preços. É o que informou o governador da Bahia, Rui Costa. (Rodrigo Pacheco) Na medida em que eles têm 27 Estados desesperados por medicamentos e consumos, eles cobram o preço que bem entendem. Então, os preços estão subindo à estratosfera e os insumos rareando. Então, a maioria dos países do mundo fez a opção de fazer a aquisição centralizada e, com isso, inverter o jogo, ou seja, o laboratório, o fornecedor vai ter o ganho, mas não esse ganho especulativo com a vida humana, como está acontecendo no momento. (Repórter) Durante a reunião, também foi levantada a necessidade de unificar os protocolos médicos em todo o país, criar centros de reabilitação para sequelas da covid-19 e formar mais profissionais de saúde para atender à população.

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