Áreas desmatadas na Amazônia crescem 9,5% em um ano
Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área desmatada na Amazônia entre agosto de 2019 e julho de 2020 foi de 11.088 Km², o que representa um aumento de 9,5% em relação ao período anterior. Quase a metade da deflorestação aconteceu no Pará. Ao defender o combate ao desmatamento ilegal, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) disse haver muita cobrança, especialmente dos órgãos internacionais, mas recomendou cuidado para não criminalizar todos os amazônidas. Já o senador Paulo Tocha (PT-PA) afirmou que o desmatamento na Amazônia aumentou por conta da falta de fiscalização da política ambiental do governo. Acompanhe a reportagem de Iara Farias Borges, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: A ÁREA DESMATADA NA AMAZÔNIA CRESCEU NOVE E MEIO POR CENTO EM UM ANO, SEGUNDO DADOS DO INPE, DIVULGADOS NESTA SEGUNDA-FEIRA.
LOC: QUASE A METADE DO DESMATAMENTO FOI NO ESTADO DO PARÁ. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES
(Repórter) São onze mil e oitenta e oito quilômetros quadrados desmatados entre agosto de 2019 e julho de 2020. Essa área equivale a um milhão, quinhentos e quarenta mil e seiscentos e dezesseis campos de futebol. E quase a metade desse desmatamento aconteceu no estado do Pará. Os dados foram divulgados pelo Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Ao denunciar o aumento de áreas desmatadas, principalmente no seu estado, o senador paraense, Paulo Rocha, do PT, cobrou a fiscalização da exploração clandestina na região.
(Paulo Rocha) “Na Amazônia avança, de novo, o desmatamento, criminoso, que é através da exploração da madeira. E no estado do Pará, nos últimos tempos, dobrou o desmatamento. Isso é consequência da política nefasta que vem do próprio governo federal, que desmantelou todo o processo de proteção ambiental, principalmente na Amazônia”.
(Repórter) Já o senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, defendeu o combate ao desmatamento e disse haver muita cobrança, especialmente de órgãos internacionais. E recomendou cuidado para não se criminalizar toda a população que vive na área da floresta amazônica:
(Plínio Valério) “Sempre que se divulga isso com alarde, você está criminalizando o homem da Amazônia. Existem leis, existem mecanismos para ser coibido, o desmatamento ilegal tem que ser coibido, a queimada ilegal. Então, eu acho que, sim, algo tem que ser feito e deve estar sendo feito, mas a minha preocupação sempre é não botar todo mundo no mesmo balaio. Existem os empresários que atuam de forma legal e existe o homem da Amazônia, que precisam da floresta para viver. Nem todo mundo é marginal na Amazônia”.
(Repórter) O monitoramento de cortes rasos na floresta amazônica é feito por satélites desde 1988, dentro do Projeto Prodes, do Inpe, e os dados são usados para orientar a adoção de política públicas. O maior desmatamento registrado desde então foi em 1995, que passou de 29 mil quilômetros quadrados de área desmatada na região.