Senadores debatem recuo do governo no Renda Brasil
A oposição minimizou a decisão do presidente Jair Bolsonaro de não levar adiante uma proposta da equipe econômica de congelamento de aposentadorias e pensões. O senador Paulo Paim (PT-RS) antecipou uma derrota do governo numa eventual votação de um projeto que impedisse a correção anual dos benefícios previdenciários garantida na Constituição. Já o vice-líder do governo, senador Chico Rodrigues (DEM-RR), esclareceu que esse estudo não contou com o aval do presidente da República, que já desautorizou a própria equipe econômica. As informações são da repórter Hérica Christian.
Transcrição
LOC: OPOSIÇÃO MINIMIZA RECUO DO GOVERNO DE CONGELAR APOSENTADORIAS E PENSÕES PARA BANCAR NOVO BOLSA-FAMÍLIA.
LOC: GOVERNISTAS ALEGAM QUE ESSA PROPOSTA DA EQUIPE ECONÔMICA AINDA ESTAVA EM ESTUDO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN
TÉC: Diante da repercussão negativa, o presidente Jair Bolsonaro veio a público desautorizar uma proposta do Ministério da Economia de congelar por dois anos o valor das aposentadorias e pensões. Esses recursos bancariam o chamado Renda Brasil, programa social que substituiria o Bolsa-Família. O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, declarou que o “recuo” do governo foi o medo de uma derrota no Congresso Nacional. Ele lembrou que a correção anual desses benefícios está na Constituição, portanto, o congelamento dependeria do aval de deputados e senadores. Paulo Paim lembrou ainda que o reajuste atual de aposentadorias e pensões sequer cobre as perdas provocadas pela inflação.
(Paim) Seria uma agressão muito covarde se realmente congelassem os benefícios dos aposentados e pensionistas por dois anos. A maioria ganha uma miséria. Essa categoria vem sofrendo há muito tempo e agora com a alta dos preços dos alimentos, remédios, luz, gás, água. Daqui a pouco, aposentados e pensionistas vão estar nas ruas pedindo esmolas. Ainda falam em congelar também o salário mínimo e desvincular dos outros benefícios. REP: O vice-líder do governo, Chico Rodrigues, do Democratas de Roraima, disse que a proposta do congelamento era apenas um estudo da equipe econômica sem o aval do presidente da República.
(Chico) O presidente Jair Bolsonaro foi surpreendido com declarações de alguns membros da equipe econômica que falavam em congelar os benefícios previdenciários. O presidente ficou surpreendido porque esses benefícios previdenciários, como aposentadorias, pensões, auxílio-doença, salário-família, por dois anos, isso aí agride o governo porque essa não é uma orientação do presidente Bolsonaro. Essa proposta não prosperará.
REP: A equipe econômica também recuou na proposta da criação de uma CPMF, que seria cobrada do comércio eletrônico, para bancar o novo programa social. Da Rádio Senado, Hérica Christian.