IFI vê melhora da economia, mas recomenda cautela em cenário de incertezas — Rádio Senado
Economia

IFI vê melhora da economia, mas recomenda cautela em cenário de incertezas

A Instituição Fiscal Independente (IFI) avalia que junho trouxe melhoras na economia, mas que a reação ainda não é suficiente para influenciar o impacto total da pandemia em 2020. A queda do Produto Interno Bruto (PIB) no período, esperada em 10,6%, teve uma previsão de melhora e deve fechar em 8,8%. A recuperação econômica vai depender de que medidas serão adotadas pelo poder público daqui para a frente. A reportagem é de Roberto Fragoso.

17/08/2020, 21h21 - ATUALIZADO EM 17/08/2020, 21h29
Duração de áudio: 02:07


À mesa, em pronunciamento, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado/Arquivo

Transcrição
LOC: INDICADORES ECONÔMICOS TÊM LEVE MELHORA EM JUNHO E MOSTRAM SINAIS DE RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA, DE ACORDO COM INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE. LOC: A REAÇÃO AINDA NÃO É SUFICIENTE, NO ENTANTO, PARA INFLUENCIAR O IMPACTO TOTAL DA PANDEMIA EM 2020. A REPORTAGEM É DE ROBERTO FRAGOSO. TÉC: O viés é de alta, mas a palavra de ordem ainda é cautela. Essa é a avaliação da Instituição Fiscal Independente, que notou sinais de melhora na economia no segundo trimestre, mas que ainda não são suficientes para otimismo quanto ao balanço final de 2020. A queda do PIB no período esperada em 10,6%, teve uma previsão de melhora e deve fechar em 8,8%. Também registraram melhora a produção industrial, as vendas no varejo e serviços, indicadores de confiança do consumidor e do empresariado. O diretor da IFI, Felipe Salto, lembra que o cenário ainda é de incerteza e os principais fatores a influenciar a economia, como a alta da dívida pública, queda das receitas federais e aumento dos gastos públicos, dependem da evolução da pandemia. (Felipe Salto) Se essa dinâmica se mantiver ao longo do ano, a taxa de variação para o ano poderia ficar menor do que 6,5. Mas a incerteza é muito elevado Nós ainda estamos no meio do ano e a própria evolução da pandemia, os desdobramentos do isolamento social e as medidas que ainda serão necessárias impõe cautela para qualquer revisão que se deva fazer. (Repórter) Salto explica que o quadro negativo era esperado, uma vez que a crise sanitária trouxe despesas extraordinárias em saúde, auxílios para a população e empresas, além de transferências para estados e municípios. Mas que a recuperação econômica vai depender de que medidas serão adotadas daqui pra frente. (Felipe Salto) É preciso ter claro que o após crise nos reserva um desafio muito grande. Então é essencial que o governo sinalize o após crise, como fica o testo de gastos, por exemplo, e quais vão ser as bases do ajuste fiscal pra lidar com uma dívida que vai encerrar este ano, pelas nossas projeções, em 96,1% do PIB. (Repórter) O relatório da instituição aponta ainda que em junho deste ano há 10 milhões de pessoas sem ocupação a mais que no mesmo mês de 2019; que a receita líquida da União caiu 97 bilhões e meio no primeiro semestre, e que os gastos aumentaram 40% acima da inflação, elevando a dívida para 85% do produto interno bruto em junho. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso. RAF43 Agosto/2020

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