Economistas da IFI defendem retorno da austeridade pós-pandemia
A comissão mista destinada a acompanhar a situação fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas ao novo coronavírus ouviu nesta segunda (25) economistas da Instituição Fiscal Independente. Eles pediram o retorno à austeridade fiscal tão logo a emergência em saúde provocada pela pandemia seja superada. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) quis saber ainda o impacto de eventual prorrogação do auxílio emergencial. A reportagem é de Bruno Lourenço, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: A COMISSÃO MISTA DESTINADA A ACOMPANHAR A SITUAÇÃO FISCAL E A EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA DAS MEDIDAS RELACIONADAS AO NOVO CORONAVÍRUS OUVIU NESTA SEGUNDA ECONOMISTAS DA INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE.
LOC: ELES PEDIRAM O RETORNO À AUSTERIDADE FISCAL TÃO LOGO A EMERGÊNCIA EM SAÚDE PROVOCADA PELA PANDEMIA SEJA SUPERADA. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO.
TÉC: Os economistas da Instituição Fiscal Independente disseram que os novos gastos em saúde e assistência social e a queda na arrecadação, como era de se esperar, vão piorar ainda mais a situação das contas públicas. Mas que os gastos têm que ser feitos e com urgência, pois a pandemia está aí. O diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, no entanto, pediu a retomada do cuidado fiscal tão logo a emergência seja superada. (Salto): O quadro é muito grave. Não é verdade que não se deva gastar neste momento, mas a gente precisa ter a cautela de tender que a partir do ano que vem tem uma lição de casa muito difícil a ser feita que vai envolver aumento de receita, corte de despesas obrigatórias, restauração das regras fiscais - sobretudo do teto de gastos ou pelo menos dos efeitos preconizados pelo teto de gastos. (Bruno): Parlamentares como a senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, quiseram saber qual seria o impacto da prorrogação do auxílio emergencial e de onde poderia vir o dinheiro para esse benefício.
(Eliziane): Qual o potencial, por exemplo, de cada uma das fontes, como a gente fala de recursos da conta único do tesouro, aumento da dívida pública, emissão de dinheiro pelo Banco Central, uso de parte das reservas internacionais, se pegar essas quatro fontes tem um volume muito grande.
(Repórter): Felipe Salto explicou que o auxílio emergencial custa em torno de 50 bilhões de reais por mês. A prorrogação do benefício por mais 3 meses acarretaria uma despesa em 2020 de 300 bilhões, cerca de metade dos gastos com previdência no ano. Um gasto muito alto qualquer que seja a fonte de custeio pretendida. Salto disse ainda que o país talvez tenha que rediscutir depois benefícios como o bolsa família, BPC, abono salarial, seguro desemprego, auxílio emergencial e até mesmo avançar em uma eventual renda básica. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.