Paulo Guedes defende que Congresso retome controle das despesas públicas
A Comissão Mista de Orçamento ouviu nesta quarta-feira o Ministro da Economia, Paulo Guedes, para falar sobre a Lei Orçamentária Anual de 2020 e o Plano Plurianual de 2020-2023. Guedes defendeu o Pacto Federativo e medidas como a desvinculação de despesas obrigatórias, que em 2020 representam 96% do orçamento público. O relator do PPA, senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), disse que apesar de somar R$ 6,8 trilhões, o orçamento para os próximos 4 anos está praticamente comprometido com pagamento de salários e Previdência Social. A reportagem é de Marcella Cunha.
Veja a íntegra da audiência pública aqui.
Transcrição
LOC: O MINISTRO DA ECONOMIA, PAULO GUEDES, FOI À COMISSÃO MISTA DE ORÇAMENTO NESTA QUARTA-FEIRA E DEFENDEU O PACTO FEDERATIVO.
LOC: PARA O MINISTRO, O CONGRESSO PRECISA COMBATER O DESCONTROLE DE GASTOS E ESTUDAR A DESVICUNLAÇÃO DE RCEITAS OBROGATÓRIAS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA
(Repórter) O Ministro da Economia, Paulo Guedes, compareceu nesta quarta-feira à Comissão Mista de Orçamento para falar sobre a Lei Orçamentária Anual de 2020 e o Plano Plurianual de 2020 a 2023. Ele destacou o baixo valor disponível para investimentos em 2020, 19 bilhões de reais, 15% a menos que neste ano. Segundo Guedes, o aumento exponencial das despesas obrigatórias acaba esmagando o orçamento e deixando o Governo encurralado. Para 2020, apenas 4% das despesas são discricionárias, ou seja, podem ser aplicadas conforme decisão dos governantes. Guedes afirmou que o Congresso Nacional pode entrar para a história ao retomar o controle do orçamento público.
(Paulo Guedes) O pacto federativo que é o nosso próximo desafio e que deve entrar pelo Senado é justamente descarimbar o dinheiro. É assumir a maturidade da Democracia brasileira, o protagonismo da classe política. Não tem que andar atrás de ministro pedindo verba. Que história é essa? São os representantes da população, foram eleitos. As verbas têm que ser descentralizadas tem que ser exercidas.
(Repórter) Segundo o Ministro, existem 280 fundos que precisam ser desvinculados. E sugeriu a desindexação de algumas rubricas que gerariam uma receita de até 32 bilhões de reais. Ele destacou que o salário mínimo seguirá indexado, assim como a educação básica e a saúde preventiva. Na mesma linha, o relator do PPA, senador Oriovisto Guimarães, do Podemos do Paraná, disse que apesar de somar 6,8 trilhões de reais, o orçamento para os próximos 4 anos já está praticamente comprometido.
(Oriovisto Guimarães) Sete trilhões é um número fantástico. Aonde o governo vai gastar isso, em português bem claro? Três trilhões com a previdência, 1 trilhão e meio com salários, já dá 4 trilhões e meio dois itens quase que come tudo que nós vamos gastar nos próximos quatro anos. Ou seja, a teoria de que o estado pode ser o motor que vai provocar o crescimento é o motor fundido.
(Repórter) Segundo Paulo Guedes, o Governo vai encaminhar o conjunto de propostas do Pacto Federativo “no dia seguinte” à aprovação da Reforma da Previdência pelo Senado.