Técnicos da Vale dizem que inspeções não apontavam riscos em barragem

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LOC: EM DEPOIMENTO À CPI DE BRUMADINHO DOIS ENGENHEIROS RESPONSÁVEIS PELA ÁREA GEOTÉCNICA DA BARRAGEM DO CÓRREGO DO FEIJÃO NEGARAM QUE HAVIA QUALQUER INFORMAÇÃO OU INDÍCIO DE RISCO NAS ESTRUTURAS DA BARRAGEM ATÉ O DIA DA TRAGÉDIA. LOC: OS SENADORES AINDA APROVARAM UM PEDIDO DE AJUIZAMENTO DE AÇÃO PARA BLOQUEAR OS BENS DE DIRIGENTES DA VALE. MAIS DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA. (Repórter) A engenheira geotécnica, Cristina Malheiros, trabalha na empresa Vale desde 2011 e era uma das responsáveis pelo monitoramento da barragem do Córrego do Feijão 1, em Brumadinho. Ela afirmou à CPI que inspeções e testes eram feitos periodicamente e que até o dia 23 de janeiro, dois dias antes da tragédia na barragem, não havia apontamento de riscos. (Cristina Malheiros) Eu não tive nenhuma observação de anormalidade que pudesse me indicar essa condição de um possível rompimento e gostaria de deixar claro que essa barragem era auditada acompanhada por Consultores também e nenhum deles em nenhum momento me solicitou que não estivesse lá ou que não deixasse que alguém estivesse. (Repórter) A engenheira foi questionada pelo relator da comissão, senador Carlos Viana, do PSD de Minas Gerais, a respeito dos laudos técnicos que apontaram riscos por equipamentos que medem as pressões estáticas dos líquidos, os chamados piezômetros, durante 15 dias seguidos. Cristina afirmou que só teve acesso a estas informações após a tragédia. (Cristina Malheiros) Isso foi reportado a Vale através de e-mail aos quais eu não participei e eu só tive conhecimento dessa alteração que o senhor coloca que estão nos depoimentos depois do rompimento, exatamente no dia 26 de janeiro, mas os colegas realmente conseguiram se certificar que a leitura estava errada. (Repórter) Outro engenheiro da empresa, Renzo Carvalho, que também trabalhava na equipe geotécnica da barragem, negou que até o dia do acidente houvesse qualquer indício de riscos em Brumadinho, segundo laudos de autorias e verificações por instrumentos feitos pela área geotécnica. (Renzo Carvalho) A informação que nós temos que eu tinha aí que eu confiava para mim já que a estrutura era segura não havia motivo para retirada de estruturas associadas Isso faz parte de uma análise da retirada da estrutura acredito que a Vale possui uma área específica para o gerenciamento e Gestão de Risco para análise de risco. (Repórter) Na avaliação do senador Jorge Kajuru, do PSB de Goiás, funcionários da Vale querem proteger a empresa. Já o relator da comissão, Carlos Viana estranhou a decisão da empresa em permanecer com os mesmos executivos que atuaram quando houve a tragédia em Mariana. (Carlos Viana) Senhores observem que na mina de Brumadinho, nós temos dois em corpo dirigente com responsabilidade sobre o futuro da empresa que estão envolvidos diretamente na questão de Mariana. A empresa não se importou com o que aconteceu em Mariana e apesar de tudo que tem sido colocada aqui se mostrou até o momento incompetente e irresponsável no gerenciamento do patrimônio que é público que é uma concessão o minério é uma concessão do estado para empresa. (Repórter) Os senadores ainda aprovaram requerimentos, entre eles, um pedido de ajuizamento de ação cautelar pela indisponibilidade de bens de dirigentes da empresa Vale, entre eles, Fábio Schvartsman, e Gerd Poppinga.