Amigos e familiares se despedem de Larissa Bortoni — Rádio Senado
Homenagem

Amigos e familiares se despedem de Larissa Bortoni

Amigos e familiares se despediram da jornalista da Rádio Senado Larissa Bortoni, que morreu nesta segunda-feira (4), aos 50 anos, vítima de embolia pulmonar. Larissa era reconhecida por dar voz às pessoas que não costumam ser ouvidas. Várias de suas reportagens especiais foram reconhecidas em premiações nacionais. O corpo da jornalista foi cremado na terça-feira (5). Na reportagem de Fernanda Nardelli, amigos e colegas de trabalho falam sobre o talento da jornalista e artesã de mão cheia.

05/03/2019, 21h22 - ATUALIZADO EM 07/03/2019, 17h06
Duração de áudio: 04:05
Reprodução/Facebook

Transcrição
LOC: AMIGOS E FAMILIARES SE DESPEDIRAM DA JORNALISTA DA RÁDIO SENADO LARISSA BORTONI, QUE MORREU NESTA SEGUNDA-FEIRA AOS 50 ANOS, VÍTIMA DE EMBOLIA PULMONAR. LOC: LARISSA ERA RECONHECIDA POR DAR VOZ ÀS PESSOAS QUE NÃO COSTUMAM SER OUVIDAS. A REPORTAGEM É DE FERNANDA NARDELLI: Téc: Ela gostava de conversar com as pessoas por meio de suas reportagens. Tinha um jeito próprio de falar e, muitas vezes, deixava essa marca em seus textos. (Larissa) Ana Rosa nasceu em Irecê, na Bahia. Mora, porém, em uma das cidades da periferia pobre de Brasília. Vive sozinha em uma casa de alvenaria de poucos cômodos. Ana Rosa tem 49 anos. Teve três filhos. O mais velho foi levado pelo pai. As duas moças ainda estão por perto, mas as visitas são pouco frequentes. Uma delas simplesmente não aparece. Ana Rosa conta que essa filha não dá mais às caras porque não tem paciência de lidar com gente doida. Pois é. Ana Rosa se refere a si mesma como ‘gente doida’. (Repórter) Larissa Bortoni foi repórter da Rádio Senado desde 1998, quando ingressou no Senado Federal por meio de concurso público. Com jornalismo na veia, era ágil na hora de levar a notícia para os ouvintes, mas o que gostava mesmo era de produzir reportagens especiais para dar voz às pessoas que não são ouvidas. Vítimas de violência, ciganos, adultos autistas, homossexuais, adolescentes grávidas, pessoas à espera de transplantes. O diretor da Rádio Senado, Marco Antonio Reis, lembra que Larissa se inquietava com as injustiças do mundo: (Marco) A Larissa tinha um senso de justiça, ela se revoltava contra as injustiças e isso ela levava pro trabalho. Todos os dias, ela tinha uma ideia de uma reportagem, algo que ela entendia que podia ajudar a mudar o mundo, melhorar o mundo em que a gente vive. (Repórter) Generosa, Larissa fazia questão de incluir os colegas em suas reportagens, várias delas reconhecidas em premiações nacionais. O jornalista Rodrigo Resende foi companheiro em muitas dessas aventuras. (Rodrigo) A Larissa Bortoni tinha uma capacidade criativa muito grande e isso se refletia nos especiais e também nas reportagens do dia a dia, muitas dessas reportagens foram premiadas, e muito por essa visão solidária que a Larissa tinha com o interlocutor, com quem ela estava entrevistando. Ela gostava de ouvir histórias para depois contar as histórias. Era uma boa ouvinte e, por isso, ela sabia muito bem contar as histórias depois. (Repórter) Larissa também gostava de viajar e conhecer os quatro cantos do mundo. Trazia na mala inspiração para reportagens e para o artesanato que tanto gostava de fazer. O jornalista e amigo Maurício de Santi esteve com ela em muitos desses lugares. (Maurício de Santi): Era sempre muito gostoso viajar com ela. A Larissa sempre foi uma companhia incrível, vai fazer muita falta e além de ser uma amiga que vai estar sempre no meu coração e vai estar sempre comigo nas vezes que eu viajar. Eu tenho um chaveiro que ela me deu e eu vou levar esse chaveiro comigo todas as vezes que eu entrar num avião. Larissa é uma pessoa insubstituível. (Repórter) A jornalista Taís Braga, amiga há mais de 30 anos, lembra que o talento de Larissa não era apenas com as palavras, mas com bordados e tapeçarias que enfeitavam as casas de quem ela queria bem. (Taís) Ela era tão cheia de amor que esses trabalhos eram um pouquinho do amor dela, que ela dava pra todo mundo. E a gente dizia ‘Larissa vai vender isso’, e ela não sabia vender aquilo, porque ela tinha que dar. Então, ela bordava, ela costurava, ela fazia almofada, ela fazia tapete, mas eu nunca tive coragem de pisar nos tapetes dela, estão pendurados, pra mim eles viraram quadros. (Repórter) Larissa Bortoni morreu em casa, aos 50 anos, vítima de embolia pulmonar nesta segunda-feira, 4 de março. O corpo da jornalista foi cremado. Nas redes sociais da Rádio Senado, além dos amigos, muitos ouvintes deixaram mensagens de despedida e apoio a familiares. Da Rádio Senado, Fernanda Nardelli. LOC: O PRESIDENTE DO SENADO, DAVI ALCOLUMBRE, E OS SENADORES FABIANO CONTARATO (REDE-ES), ELIZIANE GAMA (PPS-MA), TELMÁRIO MOTA (PROS-RR) E ZENAIDE MAIA (PROS-RN) PUBLICARAM MENSAGENS DE PESAR NAS REDES SOCIAIS. NO TWITTER, DAVI ALCOLUMBRE SE REFERIU A LARISSA COMO “PROFISSIONAL DEDICADA E JORNALISTA GANHADORA DE VÁRIOS PRÊMIOS”.

Ao vivo
00:0000:00