Otto Alencar alerta para o perigo de contaminação do São Francisco
O último boletim da Agência Nacional de Águas (ANA) não dá certeza sobre a chegada de rejeitos da barragem da Vale a Três Marias (MG), na bacia do rio São Francisco. Possibilidade de contaminação preocupa o senador Otto Alencar (PSD-BA), que afirma que o Brasil é o “país mais irresponsável com as águas”.
Transcrição
LOC: TRÊS SEMANAS APÓS O DESASTRE EM BRUMADINHO, AINDA É GRANDE A PREOCUPAÇÃO COM O AVANÇO DOS REJEITOS EM DIREÇÃO AO RIO SÃO FRANCISCO.
LOC: PARA O SENADOR OTTO ALENCAR, O BRASIL É IRRESPONSÁVEL COM SUAS ÁGUAS. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ.
TÉC: Três semanas após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, ainda é grande a preocupação com o avanço dos rejeitos, já que as membranas instaladas pela mineradora não conseguem conter todo o material tóxico. Boletim da Agência Nacional de Águas, do último dia 7, dizia que ainda não era possível afirmar se a lama chegaria ao reservatório de Três Marias, na bacia do São Francisco, que fica a 331 quilômetros da barragem rompida. A possibilidade de contaminação preocupa o senador Otto Alencar, do PSD da Bahia:
(Otto) No Rio Paraobepa, agora, tem óxido de ferro, sílica, mercúrio, uma série de metais pesados que vão destruir um dos principais rios afluentes do Rio São Francisco. E pode chegar no Rio São Francisco, em Três Marias. A gravidade é essa aí. Eu acho que o Brasil é o país mais irresponsável com as águas.
(Rep) Otto Alencar apresentou, junto com o senador Carlos Viana, do PSD de Minas Gerais, o pedido para a criação da CPI de Brumadinho. Alencar defende que as mineradoras invistam em tecnologias de menor impacto ambiental:
(Otto) Essas mineradoras têm lucro substancial, mas não fazem investimento para melhorar a extração dos diversos minérios no Brasil.
(Rep) Em entrevista ao jornal O Globo, o superintendente do Ibama, em Minas Gerais, Júlio César Grillo, alertou para a situação de barragens como a de Rio Acima, região metropolitana de Belo Horizonte, abandonada desde 2012; e de Paracatu, que possui 475 milhões de metros cúbicos de rejeitos com arsênio, cianeto e mercúrio – volume 39 vezes maior do que o liberado pelo desastre em Brumadinho. Um eventual rompimento desta barragem significaria, segundo Grillo, acabar “com o Rio São Francisco por um século”. Da Rádio Senado, Marcela Diniz
