Especialistas defendem jornada de 30h para psicólogos — Rádio Senado
Audiência pública

Especialistas defendem jornada de 30h para psicólogos

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) debateu nesta segunda-feira (12) o projeto que define a redução de 40 para 30 horas semanais da jornada dos psicólogos (PLS 511/2017). O argumento é de que o trabalho do psicólogo exige formação continuada para lidar com assuntos complexos como prevenção ao suicídio, abuso de crianças e atendimento prisional. Além disso, eles precisam cuidar da própria saúde mental – duas exigências que requerem tempo. Para o senador Hélio José (PROS-DF), que presidiu o debate, a reivindicação da categoria é justa e o projeto deve prosperar.

12/11/2018, 11h02 - ATUALIZADO EM 12/11/2018, 13h02
Duração de áudio: 02:22
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública para discutir jornada de trabalho de psicólogos.

Mesa:
presidente do Conselho Federal de Psicologia, Rogerio Giannini;
presidente eventual da CDH, senador Hélio José (Pros-DF);
presidente do Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo, Fernanda Lou Sans Magano;
secretário de Relações de Trabalho da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), Walkes Jacques Vargas.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: ESPECIALISTAS AFIRMARAM, EM DEBATE NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS, QUE A JORNADA DE TRINTA HORAS PARA OS PSICÓLOGOS NÃO PREJUDICA O ATENDIMENTO AOS PACIENTES. LOC: UM PROJETO EM DEBATE NO SENADO TENTA REDUZIR NOVAMENTE JORNADA DESSES PROFISSIONAIS, APÓS TENTATIVA VETADA EM 2015. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ. (Repórter) O Brasil possui 300 mil profissionais da psicologia, 90% são mulheres. A redução da jornada de 40 para 30 horas semanais é reivindicação antiga e remonta a década de 90. O argumento é que o trabalho do psicólogo exige formação continuada para lidar com assuntos complexos como prevenção ao suicídio, abuso de crianças e atendimento prisional. Além disso, eles precisam cuidar da própria saúde mental – duas exigências que requerem tempo. Um projeto com esse objetivo aprovado em 2015 acabou vetado sob o argumento de aumento de despesas no Sistema Único de Saúde. No debate da Comissão de Direitos Humanos do Senado, a psicóloga Semiramis Vedovatto, do Conselho Regional de Psicologia do Paraná, destacou que não houve queda na qualidade do atendimento nos municípios com a jornada de 30 horas. (Semiramis Vedovatto) 74 municípios do Estado do Paraná que já em seus concursos os profissionais são admitidos com 30h e o impacto financeiro não é alto. O que supostamente se perde em recursos financeiros se ganha em qualidade de trabalho do profissional e um usuário melhor atendido, melhor acolhido. (Repórter) Rogério Gianini, presidente do Conselho Federal de Psicologia, disse que os psicólogos na Fundação Casa, que atende internos do sistema socioeducativo, em São Paulo, tiveram tempo para cursos de especialização graças à jornada de 30 horas. ( Rogério Gianini) A gente começou a perguntar o que as pessoas estavam fazendo com o tempo restante: as pessoas estavam fazendo outros cursos, mestrado, doutorado, especialização, supervisão, ou seja, nós temos uma categoria que também necessita de formação continuada. (Repórter) Ao considerar justa a reivindicação dos psicólogos, o senador Hélio José, do PROS do Distrito Federal, defendeu a aprovação da jornada de 30 horas. (Hélio José) O que a gente tira daqui é clareza que esse projeto deve prosperar. Encaminhá-lo o mais breve possível para discussão e aprovação nesta Casa. (Repórter) O projeto da jornada de 30 horas para os psicólogos Ele teve origem em uma sugestão enviada por internauta por meio do portal e-cidadania, do Senado Federal. A proposta está na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. PLS 511/2017

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