Ministro da Agricultura diz no Senado que exportações brasileiras de carnes são vítimas de disputas comerciais
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado que as exportações brasileiras de frango têm sido vítimas de disputas comerciais com outros países. Segundo ele, a queda nas exportações, que acumula 5,6% nos três primeiros meses de 2018 por conta de proibições comerciais, não é uma questão de saúde pública. A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) pediu pressa nas negociações diante do impacto que esse tipo de situação causa na vida dos trabalhadores. A reportagem é de Floriano Filho, da Rádio Senado.

Transcrição
LOC: A EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE FRANGO CAIU EM FUNÇÃO DE DISPUTAS COMERCIAIS, E NÃO POR QUESTÕES DE SAÚDE PÚBLICA.
LOC: FOI O QUE DISSE O MINISTRO DA AGRICULTURA, BLAIRO MAGGI, EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO NESTA TERÇA-FEIRA. REPÓRTER FLORIANO FILHO.
(Repórter) O Brasil é um dos países no mundo que mais cresce na produção de proteína animal. Seja de carne bovina, suína ou de aves. O desempenho ajuda a balança comercial brasileira. Mas, por outro lado, cria tensões comerciais com outros produtores globais como Estados Unidos e União Europeia. Um exemplo é o crescimento das exportações de carne de frango para a Europa, que gerou uma reação dos produtores europeus, como explicou na audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.
(Blairo Maggi) Não é saúde pública. É mercado. Na medida em que nós ficamos grandes, os produtores europeus começaram a provocar o governo deles – “olha, como é que vocês deixam entrar tanta carne aqui a preços competitivos?”, porque nós somos muito competitivos.
(Repórter) As disputas comerciais foram levadas à Organização Mundial do Comércio e as vendas começaram a cair. Com operações da Polícia Federal, como a Carne Fraca, o setor passou a ser ainda mais cobrado por governos europeus e de outros países. Foi cancelada a compra de toneladas de carnes brasileiras. Uma das empresas atingidas foi a brasileira BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e uma das maiores empresas alimentícias no mundo. Foi necessário interromper a produção em algumas fábricas como na cidade de Mineiros, no estado de Goiás. A senadora Lúcia Vânia, do PSB de Goiás, pediu pressa nas negociações, diante do impacto que esse tipo de disputa causa para trabalhadores e para as cidades.
(Lúcia Vânia) Provoca instabilidade na cidade, no estado. E o quanto isso gera de expectativa em relação à solução mais rápida possível que poderá ser dada.
(Repórter) Nos três primeiros meses de 2018 as exportações brasileiras de frango caíram 5,6%, por conta de proibições comerciais e aumento nos custos.