CAE ouve representantes de instituições financeiras sobre a taxas de juros ao consumidor — Rádio Senado
Audiência pública

CAE ouve representantes de instituições financeiras sobre a taxas de juros ao consumidor

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) debateu nesta terça-feira (24) as taxas de juros ao consumidor e empresas. O debate foi pedido porque senadores queriam entender a razão de as taxas não estarem caindo na mesma proporção da queda na Selic. O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da CPI dos Cartões de Crédito, reclamou da cartelização do mercado. Representantes de novas instituições financeiras também apontaram alta concentração no setor. O presidente da Febraban, Murilo Portugal, negou e apontou queda nos juros. A reportagem é de Bruno Lourenço, da Rádio Senado. Ouça o áudio com mais detalhes da audiência.

 

24/04/2018, 13h53 - ATUALIZADO EM 24/04/2018, 14h19
Duração de áudio: 02:16
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza audiência interativa para debater como inovação e competição podem ajudar a reduzir os custos da intermediação financeira. 

Mesa:
presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal;
presidente da CAE, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE);
professor da PUC-Rio e economista-chefe da Stone, Vinícius Carrasco;
relações institucionais do Nubank, Bruno Magrani.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS OUVIU REPRESENTANTES DE BANCOS TRADICIONAIS E DE NOVAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NESTA TERÇA-FEIRA SOBRE AS TAXAS DE JUROS AO CONSUMIDOR E EMPRESAS. LOC: O DEBATE FOI PEDIDO PORQUE SENADORES QUERIAM ENTENDER A RAZÃO DE AS TAXAS NÃO ESTAREM CAINDO NA MESMA PROPORÇÃO DA QUEDA NA SELIC. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. (Repórter) Os juros e encargos financeiros altos dos cartões de crédito já são tema de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A possível concentração do mercado nas mãos de poucas empresas é uma das hipóteses que apoiaram a criação da CPI. Mas o presidente da Federação Brasileira de Bancos, Murilo Portugal, afirmou que não. Segundo ele, o Brasil se situa na média de outros países e o setor financeiro tem nível de concentração semelhante ao de outros setores da economia. Murilo Portugal disse ainda que quando se fala em juros na casa de 320%, eles são a exceção, nas linhas emergenciais, sem garantia. E não a regra. (Murilo Portugal) Cerca de 86% do estoque de crédito é concedido ás pessoas físicas nas linhas tradicionais de financiamento, crédito consignado, rural, imobiliário, de veículos. E esse conjunto todo de 86% do crédito em fevereiro deste ano tinha uma taxa média ponderada de juros anuais de 13,1% ao ano, pouco menos que o dobro da Selic. (Repórter) O professor da Puc-Rio e economista-chefe da Stone Pagamentos, Vinícius Carrasco, entretanto, apontou que os quatro maiores bancos respondem por 78% das operações de crédito e por 76% dos depósitos no País. E a entrada de novas empresas é dificultada porque os bancos controlam desde as bandeiras até as maquininhas de cartão. Ataídes Oliveira, senador do PSDB do Tocantins e presidente da CPI dos Cartões de Crédito, fez coro à reclamação. (Ataídes Oliveira) O Bradesco, Itaú e o Banco do Brasil, os três detém 93% do sistema de cartão de crédito, sendo que o Mastercard e Visa, só os dois 90%. Se isto aqui não é cartel e eu não conheço outra coisa. (Repórter) Bruno Magrani, do banco Nubank, destacou que a aprovação do Cadastro Positivo, na Câmara dos Deputados, vai ajudar a trazer novas empresas para o setor e baixar as taxas na ponta das operações.

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