Ex-consultor do grupo Odebrecht afirma à CPMI da JBS que delações da empresa foram construídas — Rádio Senado
Investigações

Ex-consultor do grupo Odebrecht afirma à CPMI da JBS que delações da empresa foram construídas

O ex-consultor do grupo Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, denunciou à CPMI da JBS o sistema de construção de delações premiadas. Ele apontou adulteração no sistema de dados de propina e apresentou documentos. O depoimento foi por videoconferência. O senador Paulo Rocha (PT-PA), que presidiu a reunião, ressaltou que os esclarecimentos prestados por Tacla Duran são importantes para o aperfeiçoamento da legislação sobre o sistema de delação premiada.

30/11/2017, 13h17 - ATUALIZADO EM 30/11/2017, 18h32
Duração de áudio: 02:29
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da JBS (CPMI-JBS) realiza oitiva de Rodrigo Tacla Durán. Como o depoente está na Espanha, a oitiva é feita por videoconferência.

Tela de projeção exibe imagem de Rodrigo Tacla Durán durante videoconferência.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: O EX-CONSULTOR DO GRUPO ODEBRECHT, RODRIGO DURAN, DENUNCIOU À CPMI DA JBS O SISTEMA DE CONSTRUÇÃO DE DELAÇÕES PREMIADAS. LOC: ELE APONTOU ADULTERAÇÃO NO SISTEMA DE DADOS DE PROPINA E APRESENTOU DOCUMENTOS. O DEPOIMENTO FOI POR VIDEOCONFERÊNCIA, COMO INFORMA A REPÓRTER IARA FARIAS BORGES: (Repórter) O ex-consultor do grupo Odebrecht e especialista em direito de telecomunicações, Rodrigo Tacla Duran, falou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da JBS sobre o sistema de delação premiada feitas por executivos da Odebrecht à operação Lava Jato da Polícia Federal. Ele disse que os documentos apresentados, em 2017, pela Odebrecht são forjados e os documentos, falsos, pois o sistema utilizado pela empresa havia sido desativado em 2016. (Rodrigo Tacla Duran) “Eu estou me referindo aos documentos a que eu tive acesso. Esses extratos são falsos e já foram periciados. Estes extratos que foram aportados demonstram que o sistema foi manipulado. A partir do momento que o sistema foi manipulado antes, durante e depois do bloqueio, as provas, no meu entender, são viciadas”. (Repórter) Duran confirmou ao deputado Paulo Pimenta, do PT gaúcho que a empresa alugou um hotel em Brasília para hospedar 77 executivos e construir uma versão de delação. Paulo Pimenta disse que esses executivos vão receber salários por 15 anos por aderir ao plano de delações. (José Pimenta) “Esse é o delator assalariado. Toda a minha vida eu ouvi dizer que se tu combinar depoimento com alguém é crime. Imagine montar 77 delações, uma sustenta a outra. Foram produzidas planilhas, produzidos extratos, enfim, foi montado um sistema sofisticado para que esta delação pare em pé”. (Repórter) O senador Paulo Rocha, do PT do Pará, que presidiu a reunião, ressaltou que os esclarecimentos prestados por Rodrigo Tacla Duran são importantes para o aperfeiçoamento da legislação sobre o sistema de delação premiada. (Roberto Rocha) “Vai contribuir muito para a nossa CPI, para as investigações que estão em curso na CPI. Mas, também, ao mesmo tempo, ajudar, que é um papel da CPI, a propor legislação que melhore ainda mais o nosso arcabouço jurídico, na transparência da gestão pública, no combate a desvios do dinheiro público, enfim”. (Repórter) Rodrigo Duran mora na Espanha, onde espera responder à denúncia de participar em esquemas de lavagem de dinheiro e pagamento de propina. A oitiva foi feita por meio de videoconferência.

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