Senadores deixam CPMI da JBS após escolha de relator — Rádio Senado
CPMI da JBS

Senadores deixam CPMI da JBS após escolha de relator

Os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES) decidiram se desligar da Comissão parlamentar Mista de Inquérito que vai investigar as atividades do grupo JBS, após o  deputado Carlos Marun (PMDB-MS) ter sido escolhido relator. Os senadores alegaram que a CPMI perdeu a credibilidade. Ferraço acrescentou, “na medida em que você designa o chefe da tropa de choque do presidente Temer pra relatar essa comissão, na prática é revanche”. Otto Alencar criticou o presidente da CPMI, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), “não há condição nenhuma de um presidente de uma comissão parlamentar de inquérito procurar o presidente da República que tem envolvimento no caso. Segundo, o senhor indicar o principal representante do presidente da República na Câmara, deputado Marun, que é o testa de ferro do presidente da Repúblicas na Câmara federal, portanto dentro dessa farsa, dessa CPMI chapa-branca”. Ataídes Oliveira justificou que foi respeitado o critério da proporcionalidade na escolha do relator.

12/09/2017, 21h55 - ATUALIZADO EM 12/09/2017, 22h14
Duração de áudio: 02:11
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS realiza reunião para designação do relator e apreciação de requerimentos. 

Em pronunciamento, relator da CPMI da JBS, deputado Carlos Marun (PMDB-MS). 

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: DOIS SENADORES DEIXAM CPI MISTA DA JBS APÓS ESCOLHA DE DEPUTADO CARLOS MARUN COMO RELATOR. OTTO ALENCAR, DO PSD DA BAHIA, E RICARDO FERRAÇO, DO PSDB DO ESPÍRITO SANTO, ALEGARAM QUE COLEGIADO PERDEU A CREDIBILIDADE. LOC: PRESIDENTE DA CPI MISTA DISSE QUE FOI RESPEITADO CRITÉRIO DA PROPORCIONALIDADE. REPÓRTER PAULA GROBA. TÉC: Logo após ser escolhido relator da CPI mista que vai investigar as atividades do grupo JBS, o deputado Carlos Marun, do PMDB do Mato Grosso do Sul, garantiu que vai trabalhar com independência (Marun) Nós vamos atrás da verdade. Recebi de forma indireta financiamentos da JBS para minha campanha. Me sentiria impedido se eu tivesse uma relação estreita com os proprietários da JBS. (Repórter) Mas a escolha de Marun não agradou a alguns parlamentares. Isso porque o deputado é um dos aliados de Michel Temer. Dois senadores decidiram se desligar da CPI, alegando que faltaria isenção. O senador Ricardo Ferraço, do PSDB do Espírito Santo, foi o primeiro a anunciar o seu afastamento. (Ferraço) É necessário que haja como relator alguém imparcial, alguém isento. Na medida em que você designa o chefe da tropa de choque do presidente Temer pra relatar essa comissão, na prática é revanche, é encontro de conta e aí eu prefiro não participar. (Repórter) O senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, demonstrou indignação com a escolha de Marun. Ele ainda criticou o encontro entre o presidente da CPI mista, senador Ataídes Oliveira, do PSDB de Tocantins, e Michel Temer no último sábado. (Otto) Não há condição nenhuma de um presidente de uma comissão parlamentar de inquérito procurar o presidente da República que tem envolvimento no caso. Segundo, o senhor indicar o principal representante do presidente da República na Câmara, deputado Marun, que é o testa de ferro do presidente na Câmara federal, portanto dentro dessa farsa, dessa CPMI chapa-branca, eu estou pedindo a retirada do meu nome da CPMI. (Repórter) Ataídes Oliveira negou que tenha tratado do assunto com Michel Temer e justificou que a escolha do relator se deu pela proporcionalidade partidária. (ATAÍDES) Obedece-se à proporcionalidade. Os dois maiores partidos ficam com a presidência e a relatoria e o PMDB como maior partido na Câmara indicou então o nome do deputado Carlos Marun. (Repórter) A votação dos requerimentos de convocação deve ocorrer na próxima reunião da CPI mista. Da Rádio Senado, Paula Groba. DURANTE A REUNIÃO DA CPI MISTA TAMBÉM FORAM CRIADAS DUAS SUBRELATORIAS. UMA DELAS IRÁ TRATAR DOS CONTRATOS ENTRE A JBS E O BNDES E O BNDES-PAR, QUE FICARÁ SOB A RESPONSABILIDADE DO DEPUTADO DELEGADO FRANCISCHINI, DO SOLIDARIEDADE DO PARANÁ. JÁ O DEPUTADO HUGO LEAL, DO PSB DO RIO DE JANEIRO, FICARÁ COM A SUBRELATORIA DE ASSUNTOS FISCAIS, PREVIDENCIÁRIOS E AGROPECUÁRIOS.

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