Instituição Fiscal Independente acredita que déficit deve ficar em R$ 157,2 bilhões em 2017 — Rádio Senado
Economia

Instituição Fiscal Independente acredita que déficit deve ficar em R$ 157,2 bilhões em 2017

10/08/2017, 14h12 - ATUALIZADO EM 10/08/2017, 17h22
Duração de áudio: 02:27
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: O BRASIL AINDA VAI FICAR NO VERMELHO EM 2017, SEGUNDO PREVISÕES DO PRÓPRIO GOVERNO E DA INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE, ÓRGÃO LIGADO AO SENADO CRIADO PARA ANALISAR AS CONTAS PÚBLICAS. LOC: A AVALIAÇÃO É QUE O DÉFICIT PODE CHEGAR A 156 BILHÕES DE REAIS ESTE ANO. REPÓRTER PAULA GROBA. (Repórter) No momento em que a equipe econômica do governo se reúne para revisar a meta de déficit fiscal para 2017 e 2018, a Instituição Fiscal Independente também anuncia novos dados. Para a IFI, o déficit primário do governo este ano deve chegar a 156 bilhões e 200 milhões. Essa é a segunda revisão da meta feita pela instituição desde que o governo fixou uma previsão de déficit de 139 bilhões. O aumento do déficit, segundo a IFI, se deve à revisão mais detalhada das chamadas receitas atípicas e da inclusão do Fies, o Fundo de Financiamento Estudantil na base de cálculo, como detalha o diretor-executivo do órgão, Felipe Salto. (Felipe Salto) Por exemplo, a receita de concessões nós reduzimos 3 bilhões, em razão de questão de ferrovias que não devem acontecer. Outro ponto importante é a questão do Refis. Como a MP ainda está em vigência, então isso permite a adesão das empresas nesse prazo curto, a Petrobras por exemplo deve aderir. Do lado da despesa não mudou muita coisa, mas a gente incorporou uma coisa importante que é o Fies. Isso significa um gasto maior, mas é por uma razão boa, ou seja, aumento de transparência. (Repórter) Na avaliação da IFI, o quadro geral é muito negativo ainda porque a economia se recupera lentamente. O mercado de trabalho já dá sinais de melhora, mas a recuperação se concentra nas vagas informais, ou seja, emprego sem carteira assinada, o que para o governo é ruim, já que sem o registro não há recolhimento de impostos. Por conta da recuperação lenta, a dívida pública brasileira, que hoje é de 73% do Produto Interno Bruto, continua crescendo entre 0,5 e 1 ponto percentual do PIB. A IFI avalia que até o final do ano a dívida pública chegará a 76,2%. Apesar dos dados ainda negativos, Felipe Salto considera que o cenário econômico mostra que as medidas do governo estão na direção certa, e o país está em recuperação, mesmo que de forma lenta. (Felipe Salto) Do ponto de vista do consumidor, do trabalhador, do eleitor, o que precisa ter em mente é que não vai ter uma recuperação extraordinária da economia, vai ser lento. A boa notícia é que já começamos esse processo. (Repórter) Para 2018, a IFI diminuiu a previsão de déficit, passando de 166,2 bilhões para 153,3 bi, com base na margem fiscal.

Ao vivo
00:0000:00