Divergência sobre as contas da Previdência é de quase R$ 100 bilhões — Rádio Senado
CPI da Previdência

Divergência sobre as contas da Previdência é de quase R$ 100 bilhões

26/06/2017, 20h12 - ATUALIZADO EM 26/06/2017, 20h16
Duração de áudio: 02:16
CPI da Previdência (CPIPREV) realiza audiência pública interativa para debater as estimativas populacionais adotadas pelo governo para definir o deficit da Previdência Social.

Mesa:
analista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Antônio Ibarra;
professora da Universidade do Pará (Ufpa), Carlos Patrick Da Silva;
relator da CPIPREV, senador Hélio José (PMDB-DF);
presidente da CPIPREV, senador Paulo Paim (PT-RS);
professor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Solon Venâncio de Carvalho;
professor da Universidade Federal do Pará (Ufpa), Marcelino Silva da Silva;
professor da Universidade Federal do Pará (Ufpa), Carlos Renato Lisboa.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: A DIFERENÇA ENTRE OS NÚMEROS DO GOVERNO E OS DOS AUDITORES INDEPENDENTES QUE ANALISAM A PREVIDÊNCIA SOCIAL É DE QUASE 100 BILHÕES DE REAIS EM 15 ANOS LOC: PRESIDENTE DA CPI DA PREVIDÊNCIA REAFIRMA QUE HÁ ERRO NOS CÁLCULOS. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI. (Repórter) Pesquisadores da Universidade Federal do Pará apontaram o que consideram erros nas projeções de envelhecimento da população brasileira. Segundo o que eles disseram em audiência pública na CPI da Previdência do Senado, esses números vêm se repetindo nas leis de Diretrizes Orçamentárias desde 2002, aparentando um rombo de mais de 100 bilhões de reais que estaria justificando a reforma. O professor Carlos Lisboa Frances explicou que além da questão das cinco fontes de financiamento da Previdência, que garantiriam quase 600 bilhões de reais não mencionados, há erros do número de aposentados que são repetidamente acumulados na LDO: (Carlos Lisboa Frances) Esses erros em curto prazo, eles vão sendo acumulados em uma projeção a longo prazo. Só que o que o governo calcula é uma média, sem fazer nenhum tipo de análise sobre o quanto se tem de erro nessa média. E quanto isso vai se acumulando a cada projeção a cada ano, isso gera um erro estatístico gigantesco. (Repórter) O presidente da CPI, senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, foi enfático ao destacar que o problema está nas projeções, e não nas contas da Previdência: (Paulo Paim) Há erro no Orçamento, há erro nas projeções, há erro nos cálculos. E procurei perguntar a eles, já. Mas onde está o erro? Eles falam que o erro está no conjunto da obra. Mas no fundo, não existe rombo da Previdência. Existe o roubo na Previdência. Essa é a questão de fundo. (Repórter) O relator da CPI, senador Hélio José, do PMDB do Distrito Federal, considera que estão passando informações erradas ao Governo. (Hélio José) Sinceramente, eu quero crer que o presidente da República foi enganado por algumas pessoas maldosas, que fizeram as contas totalmente fora do propósito com relação à reforma da previdência. E há equívoco nos dados colocados para apresentar ou forçar um pseudo-défict na seguridade social e na própria previdência, distorcendo os números. (Repórter) Também participaram da audiência pública os professores paraenses Marcelino Silva da Silva e Carlos Patrick da Silva. O diretor do IBGE, Cláudio Dutra Crespo, que explicaria os números do governo, informou à CPI que perdeu o voo para Brasília e por isso, não compareceu.

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