Economistas afirmam que dívida pública continuará crescendo e recuperação da economia será lenta
Mesmo com as reformas, a dívida pública ainda vai crescer e a recuperação da economia brasileira será lenta. Esse foi um dos principais pontos discutidos por economistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília durante reunião nesta segunda-feira (13) com a direção do Instituto Fiscal Independente.
Transcrição
LOC: MESMO COM AS REFORMAS, A DÍVIDA PÚBLICA AINDA VAI CRESCER E A RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA SERÁ LENTA.
LOC: ESSE FOI UM DOS PRINCIPAIS PONTOS DISCUTIDOS POR ECONOMISTAS DE SÃO PAULO, RIO E BRASÍLIA DURANTE REUNIÃO NESTA SEGUNDA-FEIRA COM A DIREÇÃO DO INSTITUTO FISCAL INDEPENDENTE. REPÓRTER FLORIANO FILHO.
(Repórter) Para os economistas que se reuniram com a direção da Instituição Fiscal Independente, vinculada ao Senado Federal, a situação é clara. Sem a aprovação da idade mínima na Reforma da Previdência, o Brasil dificilmente vai conseguir retomar o controle das contas públicas. Segundo o diretor da Instituição Fiscal, Felipe Salto, a dívida pública vai continuar crescendo pelos próximos anos, mesmo já tendo sido aprovada a PEC dos gastos e ainda que a reforma passe da maneira como está. Na avaliação dele, se não houver alteração no sistema previdenciário, a situação econômica poderá sair de controle.
(Felipe Salto) Nós descemos fundo no poço. Nós ainda estamos no fundo do poço, engatinhando, começando a ensaiar uma recuperação.(...) Sem a reforma da previdência e, sobretudo a fixação da idade mínima, vai ser muito difícil o país voltar ao equilíbrio das contas públicas, ao saneamento das contas do governo.
(Repórter) Para o economista Yoshiaki Nakano, da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, só depois que o Congresso Nacional aprovar as reformas fiscais, incluindo a da previdência, é que o Brasil vai conseguir encontrar um rumo na economia.
(Yoshiaki Nakano) A perspectiva de recuperação é uma recuperação muito lenta, e não vemos ainda nenhum sinal claro de como a economia brasileira vai retomar realmente o crescimento.
(Repórter) Alguns economistas lembraram que o corte na taxa básica de juros ao longo deste ano deverá ajudar a atividade econômica, mas a sustentabilidade da recuperação depende do ajuste nas contas públicas.