Delegação brasileira debate formas para financiar metas estabelecidas pelo Brasil no acordo de Paris
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LOC: FORMAS DE FINANCIAR AS METAS ESTABELECIDAS PELO BRASIL NO ACORDO DE PARIS FORAM DEBATIDAS NAS REUNIÕES DA DELEGAÇÃO BRASILEIRA NA COP 22.
LOC: OS RECURSOS PARA A TECNOLOGIA AGRÍCOLA E PARA RESTAURAR OS 15 MILHÕES DE HECTARES DE PASTAGENS FORAM DISCUTIDOS POR PARLAMENTARES E OUTRAS AUTORIDADES. A REPÓRTER PAULA GROBA, ENVIADA ESPECIAL A MARRAKECH, TRAZ OS DETALHES:
(Repórter) Senadores que participam da COP 22 em Marrakech se reuniram com o diretor-geral da Organização das Nacões Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, José Graziano, para discutir as metas do Brasil sobre mudanças climáticas. Graziano elogiou a posição do País como uma das lideranças em ações positivas contra o aquecimento global.
(José Graziano) O Brasil já avançou muito nessa adaptação. O Brasil é um dos países que pratica o cultivo em grande extensão na produção de cereais, nós conseguimos avançar na questão do desmatamento. Temos feito grande progresso em biotecnologia, portanto eu não vejo um dos grandes problemas no Brasil.
(Repórter) Ao afirmar que o problema do clima não é de cada país, mas do mundo, Graziano pediu que o Brasil seja mais atuante em ações em regiões como a África, que necessita de apoio tecnológico. Na avaliação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o país já tem uma posição de vanguarda no desenvolvimento da agricultura de baixo carbono. Ele destacou que 61% do território brasileiro é constituído por áreas preservadas, mas apenas 8% é destinado à agricultura e 19% à pecuária. Blairo Maggi ainda argumentou que, para os produtores brasileiros, não é possível mais pagar a conta pelo financiamento de ações sobre o clima. O senador Fernando Bezerra Coelho, do PSB de Pernambuco, relator da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, lembrou que o Acordo de Paris prevë apoio financeiro internacional para as ações
(Fernando Bezerra) “Outro grande capítulo em aberto aqui na COP 22 é como formar o fundo de 100 bilhões de dólares, que deve estar formado até 2020, mas que por enquanto não se tem uma sistemática definida e desenvolvida para saber desse montante quanto virá da contribuição voluntária desses países, sobretudo os mais ricos, e quanto virá do setor privado”
(Repórter) Na opinião da senadora Vanessa Graziottin, do PCdoB do Amazonas, o Brasil tem muito a fazer e a cooperar, principalmente no que se refere à tecnologia agrícola. Ela também destacou a necessidade de financiamentos internacionais para efetivar as ações mútuas.
(Vanessa Graziottin) O Brasil é muito avançado em termos de tecnologia agrícola, mas para que a gente possa aplicá-la não só em território nacional, mas também contribuir, cooperar com outros países essas instituições internacionais é preciso que esses recursos cheguem ao brasil. Da África sobretudo. Do nosso continente americano. Está na hora de a gente ter uma colaboração maior desses organismos internacionais para garantir uma produção melhor no nosso país e no mundo inteiro”
(Repórter) O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Éverton Lucero, adiantou que o o governo já está em fase final de elaboração de estratégias de financiamento, entre outros pontos, para que o Brasil comece a trabalhar para cumprir as metas acordadas durante a COP 21. A proposta deve ser colocada em consulta pública a partir de dezembro.