COP-22 vai debater investimentos em energias renováveis
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LOC: TENDÊNCIA MUNDIAL, AS FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEIS VÊM GANHANDO ESPAÇO CADA VEZ MAIOR NO BRASIL QUE JÁ É O DÉCIMO PRODUTOR MUNDIAL DE ENERGIA EÓLICA.
LOC: INVESTIMENTOS PARA O SETOR SERÃO DEBATIDOS DURANTE A VIGÉSIMA SEGUNDA CONFERÊNCIA SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS QUE OCORRE ESTA MÊS NO MARROCOS. DETALHES NA REPORTAGEM DE PAULA GROBA.
(Repórter) Clima favorável, com sol em quase todo o território e ventos fortes e constantes fazem do Brasil um país receptivo para a produção de energia por fontes renováveis. A energia limpa vinda dos ventos, do sol, biodiesel e biomassa, além de hidrelétricas são as apostas do mundo para substituir o uso de fontes como petróleo, carvão mineral e carvão vegetal. E o maior investimento em energias renováveis faz parte de uma das metas do Brasil, firmadas no Acordo de Paris. A Contribuição Nacionalmente Determinada - que é o compromisso firmado por cada país para a redução de emissões de gases de efeito estufa - estabelece que o Brasil deve garantir 45% de fontes renováveis no total da sua matriz energética e ter participação de 23% das fontes renováveis na geração de energia elétrica até 2030. Na visão do relator da comissão Mista de Mudanças Climáticas, senador Fernando Bezerra Coelho, o Brasil tem condições de cumprir a meta. Ele aposta numa participação ainda maior de fontes renováveis na geração de energia elétrica: 25%.
(Fernando Bezerra Coelho) Nós temos um belo programa de energia eólica, estamos com um vigoroso programa de energia solar, temos um forte programa de biomassa e aí se destaca a utilização dos biocombustíveis. E o que se coloca como de desafio é realmente reduzirmos os gases de efeito estufa a partir de políticas que possam entrar no setor industrial.
(Repórter) Segundo dados da Agência Internacional para as Energias Renováveis, o Brasil teve um crescimento expressivo de energias renováveis nos últimos 10 anos, passando de 6 mil para 22 mil Megawatts, sem contabilizar a energia vinda das hidrelétricas. Os destaques no Brasil, após as hidrelétricas, vem sendo a biomassa e a energia eólica. Hoje o Brasil é o décimo maior gerador de energia eólica do mundo. A geração de energia solar também vem ganhando espaço. O estado do Piauí é um exemplo de atratividade de investimentos nesse segmento e a instalação de empresas estrangeiras de energia solar da Itália, Espanha e Holanda no estado vem crescendo. O governador do estado, Wellington Dias, conta que a previsão é que, em 2018, o Piauí chegue a gerar cerca de 6 mil Megawatts de energia renovável.
(Wellington Dias) Vamos ter uma produção de aproximadamente 6 vezes o que o Piauí consome então vamos ser um grande exportador de energia. O que o Brasil mais precisa? Mais empregos e crescimento econômico e energia é fator de crescimento econômico.
(Repórter) Segundo o Ministério de Minas e Energia, nos últimos 12 anos, o Banco Nacional de Desenvolvimento investiu mais de 97 bilhões de reais em forma de financiamento para 285 projetos relacionados a energias renováveis. Em energia eólica, foram cerca de 19 bilhões. Mas o Brasil pode muito mais. Estudos mostram que o país poderia gerar energia solar suficiente para suprir a maior parte da sua demanda: mais de 100 mil MW. De acordo com o secretário de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Everton Lucero, o principal objetivo do Brasil durante a COP 22 será atrair investimentos para setores alinhados com as metas de redução de carbono, como os de agricultura de baixo carbono, de reflorestamento e recuperação e de energias renováveis.